quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Era uma vez... uma coisa faz de conta

Há muitos, muitos anos, numa terra longínqua desta nossa constelação de estrelas, haviam uns meninos e meninas que, uma vez por ano, mais ou menos 40 dias antes da Páscoa, realizavam uma grandiosa festa pagã. Com desfiles e tudo.

Tal efeméride, estava quase a atingir a maioridade quando, por razões aparentemente explicáveis, alguém (des)apareceu e atrás de si levou outros foliões que a faziam encorpar.

Estiveram quase a dar o salto, tendo até surgido oportunidades para desfilar noutras paragens à beira mar).

Mais subsídio menos subsídio (este último em larga escala), aquela festa ia crescendo com a incansável dedicação de simples anónimos que, fizesse sol, fizesse chuva, representavam quase na perfeição os Romanos, os Egípcios, os Chineses, as Freiras, os Pinguins, os Gatos e os Ratos ou o Batatoon. Eram uma boa MALTA, TODOS eles DIFERENTES e TODOS eles IGUAIS e que, quando se juntavam, mais pareciam uma verdadeira ALA DE NAMORADOS.

Nesses tempos, havia bairrismo, mas também um sentimento comum de apego à terra; havia combate mas também lealdade; havia vontade de ser melhor, mas também reconhecimento ou sinceros desabafos do tipo “...parabéns, até pró ano que vem...”.

E havia um Júri.

Mais coisa menos coisa, vivia-se por muitas semanas, o espírito folião. “- Este vai ser o nosso ano...” - ouvia-se muitas vezes.

Pois era com base nestes pressupostos, que a “coisa” se ia aguentando e, imagine-se, melhorando ano após ano.

Mas um dia, os (míseros) apoios começaram a claudicar. Pinga atrás de pinga, eles deixaram de chegar (pelo menos no período que mais falta faziam). Mesmo de quem lhe emprestava o nome, os parcos reis apareciam tarde e a más horas.

Tudo esmoreceu.

Com outros que entretanto haviam chegado, a terra foi mantendo a tradição. Com menos brilhantismo, é certo, mas, a verdade é que continuou.

Só que, criaram depois novas regras:

- Não. Não há Júri. Essa coisa infame.

- Subsídios? Nem pensar. O mais que podem fazer é vender umas rifas sem controlo algum. Um tipo que nem goste de folias, pode muito bem, à sombra de um papel branco com a impressão de uma máscara e dois balões com a inscrição “08, passar esse fim-de-semana prolongado numa qualquer pousada de charme.

Ou então, o grupo que se revelar mais perspicaz e audaz, conseguirá, ao fim de meia dúzia de dias, arrebatar o grosso dos parcos contributos que o povo vai ofertando.

Depois...
Bom. Depois são é horas de dormir. Um dia destes a história continua.

Boa noite...

Atento73

10 comentários:

Anónimo disse...

já estava com saudades do atento73.

Sempre o meu favorito.

Anónimo disse...

Mais um texto genial!
Realmente a questão das rifas é pouco ortodoxa.

Anónimo disse...

Gostei do texto, pois acho que a falta de juri vai fazer muita falta. mas mais tarde se verá o problema.

Anónimo disse...

Realmente eu que também fazia parte de um dos grupos que o Atento73 fala, concorde que eram outros tempos, pois nessa altura aquilo é que era um verdadeiro carnaval.
agora, penso que vai acabar por ir abaixo.
Parabéns pelo texto. Está com muito nivel

Anónimo disse...

As pessoas que estão a acabar com o Carnaval ainda nos vão dar razão.
Relembro que uma das pessoas a dar um dos primeiros passos para o abismo foi o actual presidente da junta quando esteve na comissão. Espero que não faça o mesmo com a freguesia...

Anónimo disse...

Acho que nem vou assistir ao carnaval este ano...

Anónimo disse...

Tambem concordo com o texto do atento e de outros anõnimos.
Estas novas regras , são para acabar com o carnaval nas Caldas.
Antes havia incentivo para os grupos concorrerem. Serem apreciados por um júri, dava mais motivo para caprichar.

Anónimo disse...

Tambem concordo com o texto do atento e de outros anõnimos.
Estas novas regras , são para acabar com o carnaval nas Caldas.
Antes havia incentivo para os grupos concorrerem. Serem apreciados por um júri, dava mais motivo para caprichar.

Anónimo disse...

Acabo por concordar um pouco com o atento 73.
Contudo fica-me aqui um amargo de boca; quase todos os anos se têm feito pequenas alterações na expectativa de se encontrarem soluções para os problemas que envolvem toda esta organização.
A equipa actual que está concerteza a tentar dár o seu melhor, por certo merece todo o nosso apoio.
Se são estes os melhores métodos, não o sei, mas que devo tirar o chapéu aqueles que se dedicam e tentam fazer algo, isso sim, até porque se deve a estes e a muitos outros que já por lá passaram a continuação deste evento.

Anónimo disse...

Temas importantes levantados:
- Carnaval das Termas porquê? Eles não dão nada. É vergonhosa a forma como as termas e a sociedade de turismo trata este evento.
- Não haver jurí? É mais uma das asneiradas do Sr Martins e companhia. Porque isto tem mão dele.
- Rifas vergonhosamente distribuidas.