segunda-feira, 2 de junho de 2008

Opinião - Anotações...

1 - É mesmo para nos deixar banzados. Os senhores da ASAE, na sua sanha persecutória, resolveram proibir que as instituições de beneficência recebam donativos em géneros alimentícios destinados a serem consumidos por famílias carenciadas, ou mesmo famintas. Que as instituições recolhedoras e distribuidoras são obrigadas a possuir túneis congeladores e cozinhas como se de restaurantes se tratasse. No futuro os doadores vão ser aconselhados a lançar os produtos nas lixeiras e os ASAEs divertir-se-ão a ver os necessitados a catá-los por entre os montes de lixo. Ganhem juízo se não conseguem ter dó. Se é da lei, mudem a lei e deixem-se de tretas. Bolas.

2 - Veio nos jornais que o corredor previsto para o TGV (por que raio se não diz CGV?) vai destruir as vinhas do melhor tinto do mundo, a casta Sirah, recentemente galardoada a partir de escolha cega de entre 3000 vinhos de todo o mundo. Como o CGV vai custar um balúrdio e como, declaradamente não se justifica tal gasto para ganhar 15 minutos na viagem Lisboa/Porto e como vai gerar um défice anual de exploração de milhões, seria bem mais avisado salvar o tinto Sirah que sempre alegraria alguém. E ainda ajuda no volume das exportações nacionais.

3 - O vereador responsável veio dizer que a Sociedade de Turismo gerou prejuízo no exercício de 2007 (porque será que as contas não saiem num jornal local?) um pouco menor do que em 2006. A quem administra, o ónus de catar onde será possível cortar em custos (há quem insinue que anda por ali pessoal a mais) e ver onde será possível acrescentar aos proveitos. Em reunião de Câmara, ao que veio na imprensa, foi sugerido que "tem que ser criada uma zona que dê valor à volta das Termas", e sugeriu hotéis, Spas e outras infra-estruturas que não foram especificadas. Ainda segundo a imprensa, estará apontado para Caldas de S. Jorge um (de seis no concelho) campo de golfe que, supostamente, daria para dinamizar a procura do local e das termas. Será que será? Não é apontado o local de implantação, mas, na opinião não entendida, seria começar a casa pelo sobrado.
O investimento carreador de valor para a zona e sobretudo para a estância e também para o investimento ele mesmo, seria a Escola de Hotelaria, Turismo e Termalismo, ali erguida em posição sobranceira às termas. Que o senhor vereador/administrador lance a ideia em próxima reunião de Câmara. Que grande apoio receberia!

4 - O lamentável episódio do cigarro fumado pelo Engº. Sócrates no avião que o levou, e à comitiva, até à Venezuela evidencia duas leviandades e outras tantas estupidezes. É claro que a lei por cá aprovada é burramente restritiva e, um dia destes, se eu der uma festa em minha casa e tiver convidados, não poderei fumar, nem os convidados, nem que no ritual festivo sejam oferecidos charutos a todo o mundo. E se a festa for num espaço que fiz reservar só para mim, mesmo que se trate de estabelecimento público nos outros dias, fica-se sujeito às investidas da ASAE e do seu aguilhão designado D. G. Saúde? Ouviu-se um jornalista muito prestigiado garantir que, em voos fretados, se fumava regularmente, como se fosse em casa particular. Só que, neste caso, andavam por lá jornalistas bufos que, nos intervalos das denúncias, também fumavam. Em toda a circunstância, o primeiro-ministro deve ter-se lembrado do peso que tinha a caneta com que assinou aquela lei. É caso para dizer que foi bem feita.

5 - Denunciam-se, ora à boca pequena, ora em voz alta e de zangada, que se passam coisas demasiado graves no mundo pequeno mas com eco do bairro social. Ele será o acoitamento de marginais e toxicodependentes nas garagens do prédio, ele é o alojamento de "namorados" circunstanciais de filhas e de mães na mesma casa, ele é barrigas de adolescentes alargadas precocemente, ele é o desaparecimento de bens de uns tirados por outros, ele é o desmando do desassossego para quem por lá passou a morar e gostaria de lá poder continuar a viver, ele é o fumo e incitamento ao consumo de ervas "aromáticas", mesmo por miúdos de primária. E o senhorio, ou os seus representantes que são os do departamento social da Câmara, devida e sonoramente alertado, não faz nada? Não faz cumprir o que determina o regulamento? Algum dia, exercendo o seu direito, foi ver o grau de bom ou mau uso daqueles equipamentos de habitar? Hão-de um dia vir a ser responsabilizados por coisas mais graves que por ali venham a ocorrer. E os acusadores haverão de ser alguns dos que agora não foram punidos pelas suas transgressões. Diz-se que têm sido levantados dedos, e vozes, fortemente acusadores em reuniões promovidas pelas "sociais", mas às quais o/as prevaricadores nunca comparecem. Se o Maomé não vai à montanha, porque não vai a montanha empalmar o Maomé? Que é como quem diz: se as pessoas não vão às reuniões, porque é que as reuniões se não fazem em casa de quem foi ausente?
In Terras da Feira.

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo em pleno com o apontamento 1 do Sr. José Pinto.

Que os senhores que têm a responsabilidade de fiscalização na ASAE, não se submetam às leis, mas sim, que as leis sirvam para nos ajudar a todos...

Anónimo disse...

Totalmente de acordo ,senhor Pinto da silva.