segunda-feira, 22 de março de 2010

Protestos invadiram Assembleia

Apesar da mobilização não ter sido a esperada, moradores contestaram aterro sanitário.

A população de Canedo, Pigeiros e Caldas de S. Jorge, locais prováveis para o futuro aterro Feira/Gaia, levaram os seus protestos à Assembleia Municipal da Feira. Alguns contestatários tiveram de forçar a entrada, mas a mobilização ficou aquém do esperado.

Cerca de 200 pessoas compareceram na Assembleia Municipal que decorreu, anteontem, na Biblioteca Municipal. A grande maioria viajou de Canedo, num autocarro cedido pela Junta e em carros particulares.

Entre os contestatários às localizações propostas pela Universidade de Aveiro era visível o desconforto pela reduzida mobilização. "A chuva prejudicou a vinda das pessoas e há um certo cansaço da população de Canedo que já se deslocou várias vezes à Assembleia", justificou Hilário Silva, um dos promotores da iniciativa. "Mas vamos levar a efeito outras formas de lutas mais radicais", prometeu ainda, sem, contudo, avançar mais pormenores

Apesar de tudo, os protestos não deixaram de ser contundentes, com uma faixa ostentando a frase "Canedo não quer mais lixo" e palavras de ordem: "Já tivemos lixo durante 23 anos".

A entrada da população na Assembleia Municipal começou por ser barrada pelos seguranças. Só depois da entrada dos representantes dos diferentes grupos partidários e de outros elementos previamente seleccionados foi permitido o acesso a uma parte restrita da população. Os restantes não obtiveram autorização para entrar. Justificação: a falta de espaço. Revoltados, os contestatários acabariam por entrar de rompante no átrio da biblioteca perante dois elementos da segurança impotentes para travar a investida.

Com os ânimos serenados, foi permitido a um cidadão de Canedo intervir antes do início dos trabalhos regimentais. Flávio Pedrosa deslocou-se ao púlpito dando voz ao descontentamento da população. "Compreendo bem o protesto das populações. Tem faltado seriedade nesta questão", observou.

"Em Canedo há cidadãos como noutros sítios, mas a democracia de alguns é sacrificar sempre os mesmos", concluiu Flávio Pedrosa recebendo uma forte ovação dos contestatários presentes.

O presidente da Câmara Municipal remeteu-se ao silêncio, cabendo aos partidos da Oposição reafirmar a contestação aos locais apontados pelo Estudo da Universidade de Aveiro.

In JN

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