segunda-feira, 21 de junho de 2010

Despedimentos de 200 trabalhadores no Grupo Investvar

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda desencadeou vários contactos com o Governo para, atempadamente, se encontrar uma solução para os mais de 600 empregos em causa. Os contactos ocorreram na forma de intervenção em vários debates na Assembleia da República e de perguntas a vários Ministérios. As recentes notícias do despedimento de cerca de 200 trabalhadores deste Grupo são a prova da inacção do Governo.

Os problemas do Grupo Investvar são conhecidos desde o último trimestre de 2008. Depois dessa altura, o Estado assumiu uma posição maioritária da empresa, que manteve até ao passado mês de Dezembro. A resposta do Governo foi a de protelar a implementação de quaisquer soluções. A título de exemplo podemos avaliar a nomeação, por parte do Estado, de um administrador para o Grupo em Março de 2009. Este administrador realizou um plano de viabilização que o Governo demorou mais de 4 meses a avaliar. Se o tempo é valioso para qualquer actividade económica, os atrasos na implementação de medidas que visem dar resposta a uma crise são muito nefastos. Foi isso que aconteceu, com os atrasos do Governo a agudizarem a situação do Grupo e a dificultarem a obtenção de qualquer solução.

Em Dezembro de 2009 o Governo alienou a sua participação no Grupo Investvar, com a argumentação essa operação “garantiria o pagamento dos salários em atraso”. A realidade foi bem diferente, com a acumulação de salários em atraso em algumas das fábricas do Grupo, como é exemplo a Ilpe Ibérica. Por outro lado, a manutenção dos postos de trabalho também está em causa, como ditam as notícias recentes de despedimentos nas fábricas Glovar e Ilpe Ibérica.

O Bloco de Esquerda considera que este é um caso paradigmático em que o Governo não esteve à altura das suas responsabilidades. Quando deveria ter encontrado uma resposta célere e eficaz, o Governo protelou a resposta. Os atrasos na obtenção de soluções para o Grupo Investvar colocaram o Grupo numa posição insustentável.

O concelho de Castelo de Paiva, onde se encontram as fábricas Glovar e Ilpe Ibérica, tem uma taxa de desemprego muito superior à média nacional. Este concelho tem sido particularmente afectado ao longo das últimas décadas, com o encerramento dos seus maiores empregadores. Primeiro, foi o encerramento da Empresa Carborífera do Douro e, posteriormente, o encerramento da C & J Clarks. Estes encerramentos aconteceram sem que o tecido económico tenha absorvido os trabalhadores que ficaram desempregados.

A falta de ofertas de emprego no concelho levou a um aumento exponencial da emigração e a um êxodo dos jovens. Os despedimentos ocorridos nas fábricas Glovar e Ilpe Ibérica agudizam as dificuldades sociais de Castelo de Paiva. Por outro lado, colocam em risco a manutenção destas fábricas. Neste sentido, o Bloco de Esquerda questiona o Governo, através do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS) e do Ministério da Economia, Inovação e Desenvolvimento (MEID), sobre se tem o Governo conhecimento dos despedimentos nas fábricas Glovar e Ilpe Ibérica?

Quais as medidas que o Governo levará a cabo para responder às necessidades sociais do concelho de Castelo de Paiva?

Quais as medidas que o Governo pretende levar a cabo para averiguar das responsabilidades das sucessivas administrações no descalabro financeiro do Grupo Investvar?

Veja aqui as perguntas ao MTSS e ao MEID.

Contacto: Pedro Filipe Soares 938602234

Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda de Aveiro

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