sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O ESTADO E O POVO

Foto: ...O ESTADO E O POVO


…ou se preferirem, - “…o estado do povo.”
…ou ainda – “ aquista das termas de S. Jorge, padece de cancro na virilha.”

Pelos vistos a aprovação do Orçamento de Estado, não acalmou os mercados financeiros e como consequência, os juros da dívida soberana, continuam a atingir máximos históricos.
6,7% segundo as notícias de ontem.

Alguns comentadores mais esclarecidos afirmam que isso se deve à fraca credibilidade do governo em executar o pacote de medidas recentemente aprovadas no âmbito do Orçamento. Não deixa no entanto de ser curioso que essa suposta credibilidade, só afecte em termos de “ratting” alguns dos países periféricos da Europa comunitária.
Por outro lado, não é muito claro para o comum dos cidadãos quais são efectivamente os critérios que permitem aferir dessa mesma credibilidade.
O facto é que a economia portuguesa está demasiadamente comprometida com variadíssimos factores de natureza exógena, sendo a credibilidade dos mercados financeiros o mais bizarro de todos eles. Não é razoável que a dinâmica de desenvolvimento de um país possa estar subordinada ao “achismo” de uma meia dúzia de cavalheiros que sobre a economia portuguesa ora vão achando isto, ora vão achando aquilo.

Na verdade, não me custa nada assumir a minha ignorância em matéria económica, mas isso não significa que eu não me pergunte, o que é que impede o Estado Português de se financiar “cá dentro” em vez de se financiar “lá fora”?
Quero com isto dizer que, se os juros da dívida pública ultrapassam certos patamares de razoabilidade, porque é que o incentivo à poupança, cá dentro, não remunera os depósitos ou as aplicações segundo uma lógica de indexação ligeiramente abaixo dos anunciados, 6,7% ?
Num dos meus próximos post’s, irei falar-vos dos fundamentos que poderão vir a estar na base da criação do primeiro Banco Autárquico. Estou profundamente convicto, de que esta é a altura certa de se lançarem novos desafios ao poder político.
E não se trata apenas de uma questão que possa ou deva ficar meramente circunscrita a discussões fúteis sobre ideologias de esquerda ou de direita. Temos um desígnio pela frente que é maior do que qualquer clubismo partidário.
Apesar de nos estarmos a ver Gregos para o conseguir, esse desígnio é o de sermos e sabermos ser Portugueses. È o de sermos capazes de romper definitivamente com o Sebastianismo, esse murcão imberbe que nos persegue e ataranta sempre que há nevoeiro. No fundo, é o de conseguirmos manter-nos à tona da àgua qualquer que seja o peso que nos coloquem sobre as costas.
Por isso, o que hoje devemos exigir com particular ênfase dos nossos políticos é criatividade, (coisa que escasseia de à uns anos a esta parte).
Criatividade para saber interpretar correctamente os sinais dos tempos e criatividade para saber agir em conformidade com esses mesmos sinais.

È que, meus amigos, a manter-se este cenário, das duas três:
- Ou vamos aguardando pacientemente, até que nos cresçam guelras ao lado das orelhas, ou então e essa parece ser a hipótese mais plausível, afogamo-nos irremediavelmente como Nação, como de resto é sugerido na fotografia.
Se neste entretanto, algum político te perguntar o que é que podes fazer mais pelo teu país, não hesites em responder - lhe :
- Assim de momento, o que me ocorre é, ...Pestanejar.

Até já

bettencourt

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