domingo, 12 de dezembro de 2010

300.000 a passar fome.

foto : ...pois.

Há pelo menos 300 mil pessoas a passar fome em Portugal
por PATRÍCIA JESUS

Trezentos mil. Ou melhor, pelo menos 300 mil.
É este o número de portugueses que ainda passam fome. O número que "nos envergonha a todos", segundo o Presidente da República. Cavaco Silva lançou o alerta a propósito da iniciativa "Direito à Alimentação", que quer distribuir as sobras dos restaurantes por 4500 instituições de solidariedade e assim matar a fome às famílias carenciadas.
"Relativamente à fome faltam dados e temos de nos limitar ao que dizem as instituições que apoiam as famílias cadenciadas, nomeadamente o Banco Alimentar, que apontava para 280 mil pessoas há uns meses, antes da crise", explica o investigador Alfredo Bruto da Costa. Um número que entretanto chegou aos 300 mil ao longo deste ano.
"Pelo que temos ouvido, pelos apelos de instituições de apoio social, é possível que este número esteja a crescer", acrescenta o especialista que tem estudado a pobreza em Portugal desde os anos 80. E mesmo assim é difícil incluir neste número a "pobreza envergonhada" que não procura ajuda. A crise pode mesmo inverter a tendência de diminuição da pobreza que Portugal registou nas últimas décadas, alerta Alfredo Bruto da Costa. "Em 2008, antes de sermos atingidos pela crise, tínhamos 18% de pobres. Depois disso não sabemos o que aconteceu", conclui.
Três instituições que da rua tiram a ideia de que a vida está mais complicada são a Legião da Boa Vontade, a Comunidade Vida e Paz (CVP) e a AMI. "Já não são só os sem-abrigo a procurar carrinhas de distribuição de comida", diz Heloísa Teixeira, da Legião. "A cara da pobreza mudou", reforça Elisabete Cardoso, da CVP. Já a AMI, nos primeiros seis meses deste ano ajudou tantas pessoas como em 2005. "Recebemos pedidos de ajuda de pessoas sem dinheiro para comer, para medicamentos, renda, água ou uma botija de gás para cozinhar", diz Ana Martins.
Foi por chegarem cada vez mais pessoas a pedir comida aos restaurantes que a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) avançou para a iniciativa "Direito à Alimentação", diz o secretário-geral José Manuel Esteves. "Eram nossos clientes na semana passada e esta semana entram de mão estendida", explica. A AHRESP espera que a rede que está a montar para recolher donativos dos cerca de 25 mil associados e entregá-los às pessoas com fome possa entrar em funcionamento já em Janeiro - abrangendo 4500 instituições de solidariedade espalhadas pelo País. E foi no lançamento desta rede que o Presidente da República disse que nos "envergonha a todos saber que há portugueses com fome". Uma frase que já lhe valeu críticas da esquerda .
Edmundo Martinho, presidente do Instituto da Segurança Social, reconhece que há muitas famílias que não conseguem "assegurar um regime alimentar adequado", mas lembra que há mecanismos para as ajudar.
Apesar de considerar "louvável" qualquer iniciativa para ajudar pessoas em dificuldades, o responsável alerta que "o Portugal do século XXI não deve entusiasmar-se com soluções deste tipo, mas sim discutir as causas e encontrar soluções estruturais para resolver os problemas das famílias com carências alimentares".
in Hoje

Apesar de nenhuma comunicação social o ter ainda referido, a paternidade desta ideia mora do outro lado do Atlântico. No Brasil de Lula e agora de Dilma. Ora vejam :

   O MESA BRASIL SESC é um programa de segurança alimentar e nutricional sustentável, que redistribui alimentos excedentes próprios para o consumo ou sem valor comercial. O Programa é uma ponte que busca onde sobra, e entrega onde falta, contribuindo para diminuir o abismo da desigualdade social no Paí­s.
O Programa é também uma ação conjunta que integra o SESC, empresas, instituições sociais e voluntários no esforço de diminuição das carências alimentares e do desperdí­cio de alimentos, com um papel pró-ativo: demonstra que é possí­vel minimizar os efeitos da fome e da desnutrição por meio de programas sociais práticos, a custo reduzido e aplicação imediata.
Porém, o Programa não é uma campanha eventual e assistencialista. Tem caráter permanente, baseado na parceria e as responsabilidades são assumidas por todos os segmentos sociais envolvidos, respeitando-se suas especificidades. As instituições sociais fazem parte de um esforço conjunto para melhoria da qualidade de vida e da cidadania por meio da responsabilidade social compartilhada.
O MESA BRASIL SESC, como ação emergencial, baseia-se no princí­pio, já aceito internacionalmente, de que a alimentação é direito fundamental de todo e qualquer cidadão. Um direito social básico, mas que, lamentavelmente, não é garantido a todas as pessoas e por isso são necessárias ações que possam melhorar esta situação duplamente perversa: a fome e o desperdí­cio de alimentos.
Importância das parcerias
A base de sustentação do Programa é a parceria.
O MESA BRASIL permite que as empresas, indústrias, produtores e comerciantes tenham sua agenda social facilitada, oferecendo condições para que possam exercer sua cidadania empresarial.
A participação pode ser feita por meio de doações de equipamentos, utensí­lios, material de consumo e, principalmente, pela doação de produtos alimentí­cios próprios para o consumo.
Iniciativas como o MESA BRASIL somente obtêm resultados quando contam com a colaboração de parceiros.
Se na sua empresa existe excedentes de alimentos que podem contribuir para complementação de refeições, não deixe ir para o lixo, ligue para o MESA BRASIL SESC e ajude a alimentar esta idéia.
 
Só para que conste.
 
Até já 

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