domingo, 17 de abril de 2011

Trabalhadores de empresas de cortiça reclamam substituição de administradores judiciais

Os trabalhadores das empresas de cortiça Vinocor – Indústria de Cortiça Lda e Subercor – Cortiças de Portugal Lda, ambas em Mozelos, Santa Maria da Feira, manifestaram hoje o seu desagrado com a forma como o processo de insolvência está a ser conduzido.

Cerca de 40 dos 80 operários das duas unidades fabris concentraram-se frente ao Tribunal da Feira, pedindo que os administradores judiciais sejam substituídos. Os motivos são vários: dois salários em atraso, subsídio de Natal e 75 por cento do de férias do ano passado por receber, ordenados pagos pela tabela de 2008, falta de descontos na Segurança Social

desde Janeiro de 2011, e silêncio por parte dos administradores de insolvência.
No mês passado, um abaixo-assinado dos operários foi entregue na instância judicial pedindo que essa substituição fosse analisada e que se concretizasse “caso se revelasse necessário ao bom desenvolvimento do processo”, dando ainda nota de tentativas infrutíferas de contactos e denunciando que o património das empresas está a ser “delapidado”.
“As empresas não estão a pagar conforme o que foi contratualizado à mesa das negociações no ano passado e em 2009, os trabalhadores estão a receber pela tabela de 2008”, garante Alírio Martins, coordenador do Sindicato dos Corticeiros do Norte. Por outro lado, as mulheres das duas firmas ainda não receberam os valores respeitantes ao acordo assinado entre as empresas de cortiça e a associação representativa do sector, no sentido de esbater as diferenças salariais entre homens e mulheres. “Ainda não receberam os 12,58 euros por mês, desde Junho de 2009, respeitantes a esse acordo que pretende acabar com a discriminação salarial em 2015”, alerta.
A preocupação aumenta se a liquidação for o desfecho dos processos de insolvência. “Nesse caso, os trabalhadores vão receber 65 por cento do salário, não terão rendimentos nem emprego, e serão obrigados a ir para uma pré-reforma que será calculada em função do que recebiam no subsídio de desemprego. Ficarão, portanto, lesados para o resto da vida”, refere Alírio Martins, exigindo que “os administradores judiciais cumpram obrigações contratuais a que não podem fugir”.
Casimiro Gaspar, 53 anos, há 12 na Vinocor, pede que a situação seja resolvida. Ontem integrou o grupo de trabalhadores que se manifestou à porta do tribunal. “Queremos justiça social, que nos resolvam os problemas, somos sempre os últimos a receber”, acusava, assegurando que os últimos descontos para a Segurança Social foram feitos nos recibos de vencimentos, mas que não deram entrada nos respectivos serviços. Maria Alice Santos, de 47 anos, 22 ao serviço da Vinocor, está apreensiva com o futuro. “Queremos que nos actualizem os salários e que nos paguem a tempo e horas, porque também temos os nossos impostos para pagar”, desabafava.

3 comentários:

Anónimo disse...

FMI começa por cortar subsídios de férias e Natal aos reformados
18 de Abril, 2011
O FMI quer que o Governo reduza ou corte na totalidade os subsídios de férias e Natal dos pensionistas, avança o Correio da Manhã. Se esta medida for aceite pelo Executivo, o Estado poupará 3233 milhões de euros.
Segundo o CM, esta é uma das medidas incluída no pacote de austeridade que a 'troika' irá hoje propor ao Governo e amanhã aos parceiros sociais.

Esta é uma estratégia semelhante à utilizada na Grécia, na qual se inclui também o corte dos 13.º e 14.º mês aos trabalhadores do sector público e privado.

O FMI, explica ainda o CM, quer também que se reduza o tempo de subsídio de desemprego e o seu valor.

O Governo português tem pouca margem de manobra, mas poderá tentar negociar reduções dos subsídios para evitar a total eliminação. O CM dá o exemplo grego, em que o 13.º mês sofreu um corte de 30% e o 14.º mês foi diminuído 60%.

Anónimo disse...

OBRIGADO POR ESTA INFORMACAO!

Anónimo disse...

não tem de quê!