Não
tanto como na China
Revista
Sábado
Susana
Lúcio
CHINA.
ESCOLA PARA A ELITE
A
Longa Marcha dos maus alunos !
Quando
as crianças ricas são mal comportadas
vão
para um colégio interno,
onde
andam mais de 20 quilómetros por dia
e
recebem treino militar
Os
estudantes comem na berma da estrada
e
lavam a próprìa roupa durante a marcha.
Percorrem
cerca de 1.000 km em seis semanas
e
dormem dentro de camiões militares
Durante
seis semanas,
caminham
pelas bermas das estradas.
Centenas
de rapazes e raparigas dos 8 aos 18 anos,
vestidos
com fardas militares,
percorrem
mais de 20 quílómetros por dia
sem
um destino certo.
O
objectivo é ficarem exaustos e,
desta
maneira, ganharem sentido de responsabilidade e disciplina.
Este
é o método da Escola de Treino
e
Educação Xu Xiangyang,
o
primeiro centro correccional privado da China.
A
escola é o destino de miúdos problemáticos.
Há
de tudo:
raparigas
com pais divorciados
e
deprimìdas,
rapazes
viciados emjogos de computador online,
adolescentes
que batiam nos colegas
e
outros que só querem ser vedetas da música.
Todos
têm algo em comum - más notas.
E
não há nada pior para um pai chinês
do
que o insucesso escolar do flho.
A
escola foi fundada por Xu Xiangyang,
um
veterano do exércíto de 52 anos
que
enfrentou problemas com o fllho.
«Os
professores desistiram dele,
dísseram
que era mau aluno”, contou.
O
veterano da Guerra Sino-Vietnamita dos anos 70 e 8o
decidiu
que o melhor era dar- lhe disciplina militar
e
o filho é hoje
um
designer gráfico de sucesso na Coreia do Sul.
NA
SEDE DA ESCOLA,
em
Chengdu, capital da província de Sichuan,
centenas
de alunos recebem instrução militar básica.
Acordam
ao toque de alvorada
e
fazem formatura no pátio.
Levam
consigo um alguidar de plástico
com
objectos de higiene pessoal.
Nas
salas de aulas, fazem ditados
e
aprendem matemática,
mas
é a preparação física para a marcha
que
lhes ocupa mais tempo.
A
inspiração detudo isto
é
a Grande Marcha,
nome
pelo qual conhecida a retirada militar do Exército Veremetho ordenada por Mao
Tsé-tung, em 1934.
Apenas
um décimo dos soldados conduiu
(percorrendo
mais de 12.500 quilómetros em cerca de um ano).
Os
alunos da Escola Marcha,
como
é conhecida,
não
morrem,
mas
ficam mal:
alguns
são carregados aos ombros pelos colegas
e
no fim do dia tratam das bolhas dos pés colocando-os em água. “São miúdos com
muita raiva.
Caminhar
fá-los atingir um limite em que
começam
a reflectir no que fizeram de errado”,
diz
um instrutor.
A
maioria dos alunos são
filhos
únicos mimados por famflias com dinheiro.
Os
pais pagam cerca de 200 euros por mês e eles,
durante
as seis semanas de marcha,
passam
por dez cidades e percorrem até mil quiIómetros.
Dormem
amontoados dentro de camiões militares,
lavam
a sua roupa
e
almoçam,
de
cócoras
ou
em pé,
à
beira das estradas.
“Perdem
a preguiça
e
o egoísmo ao caminharem
e
viverem em grupo”, garante Xu Xiangyang.
A
reputação da escola é boa:
todos
os anos lectivos chegam novos alunos.
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