terça-feira, 6 de maio de 2014

VERGONHA!!! A GNR DA FEIRA SÓ CONHECE CALDAS DE S. JORGE!!!

Santa Maria da Feira // Moradores querem mais policiamento na zona histórica (EXISTE PSP NA FEIRA??? PENSEI QUE ERAM DA EMEL!!!)

“Devia respeitar-se quem tem no outro dia de ir trabalhar às 9 da manhã”

Publicado em 5 de Maio de 2014.

cafetaria
porta-13

A situação já se prolonga há uns anos e tem-se agravado com o aumento do número de bares. Os moradores do centro histórico da Feira queixam-se da música alta que entra pelas suas casas já de madrugada e dos distúrbios nas ruas que danificam o espaço público. Apesar de apreciarem a nova movida nocturna feirense, onde agora se sentem mais seguros, pedem soluções para os problemas que foi trazendo.

“Não sou contra a noite na Feira, mas acho que a hora a que os bares fecham é exageradamente tardia. Até às 2h00 era mais do que suficiente. Agora, dá-se licenças até às 4h00 e eles só fecham lá para às 5h00, 6h00, 7h00. (DEVE TER AVARIADO O CARRO DE PATRULHA!!!) Não está correcto, devia respeitar-se quem tem no outro dia de ir trabalhar às 9 da manhã” – afirma um dos moradores do centro histórico, Carlos Silva, que já lida há alguns anos com esta situação. “Passo noites em branco” – revela. O popular já chegou a falar com o presidente da Câmara, Emídio Sousa, sobre o assunto (na altura ainda vice-presidente), mas até agora não foi apresentada qualquer solução. “Disseram-me que poderia haver uma reunião com os moradores. Estamos à espera” – declara. Chegou também a alertar os proprietários dos bares, mas não adiantou. “Desculpam-se sempre” – refere, acrescentando que gostam de “competir entre eles para ver quem põe a música mais alto”. Para além da música, há ainda “gritos na rua” resultantes de “bebedeiras” de miúdos que “urinam nos portões e vomitam nas estradas”.

Não é o único a queixar-se. Aida Araújo e Glória Lopes também sofrem. “Estamos na cama, às tantas da manhã, e não se consegue dormir por causa do barulho. Eu tomo medicamentos para dormir, mas nem assim” – adianta Aida Araújo. A residente da zona histórica recorda um caso recente de um bar que foi fechado por causa do barulho. “Havia aqui um bar que tocava música muito alta, a qualquer hora do dia, e a vizinha do lado tem netos pequeninos, queria pô-los a dormir, e não conseguia. Fez queixa e acabou a música” – conta Aida Araújo, que nunca chegou, ela própria, a apresentar queixa porque “quando era nova também gostava de bailar”. Já Glória Lopes, que vive na Rua Direita há mais de 50 anos, lamenta ver hoje “a rua principal” da Feira sem comércio e cheia de bares. “Não se consegue dormir, pelo menos ao fim-de-semana” – aponta, sublinhando, contudo, que não valeria de muito o fecho mais cedo. “O barulho continua porque a mocidade tem de andar” – afirma. Glória Lopes já chegou a ir “à 1 da manhã, de pijama, a chover, bater à porta de um bar para o dono fechar a janela”. “Disseram “olha a velha”, chamei a polícia e eles acabaram por pôr a música mais baixa” – recorda. A solução encontrada para atenuar o problema foi mudar de quarto, para a parte de trás da casa. “Fecho as portas todas e é da maneira que consigo dormir” – declara, oferecendo o quarto antigo a quem quiser experimentar. “Uma vez estive para ir fazer queixa à Câmara e dizer que emprestava o meu quarto para eles virem passar cá um fim-de-semana e verem como é” – lança.

Já outro morador, Jorge Andrade, não é tão afectado pelo barulho dos bares, mas pelos transtornos inerentes ao grande movimento que estes geram. “Somos mais incomodados quando os bares fecham e, na falta de um policiamento mais forte, as pessoas passam, fazem barulho, ficam à frente da casa a falar” – afirma, destacando os estacionamentos indevidos como o maior incómodo. “Estacionam em frente aos portões e não podemos entrar nem sair” – refere. Jorge Andrade já teve de chamar a polícia várias vezes, mas nem sempre obteve a ajuda necessária. “Ainda este fim-de-semana queria entrar em casa e tinha dois carros estacionados em frente ao meu portão. Chamei a polícia mas eles têm o reboque avariado. É caricato, numa cidade como Santa Maria da Feira o posto da polícia só tem um reboque e está avariado” (MAS SE FOR PARA MULTAR QUEM NÃO PAGA AOS PATRICIOS ELE NÃO AVARIA!!! – afirma. O morador gosta de ver a juventude passar ali mas quer mais respeito. “Têm de ter a preocupação que há pessoas que vivem ali. O centro histórico não é uma zona abandonada, foi sempre uma zona residencial” – frisa, pedindo a intervenção da autarquia. “A Câmara viveu toda a vida de costas voltadas para os moradores do centro histórico e espero que este novo executivo acorde e comece a ter mais consideração pelos feirenses que ali vivem” – realça.

Bares desvalorizam queixas

Os responsáveis dos bares desvalorizam as queixas. “Há sempre algumas queixas porque há barulho, gente na rua, mas nada de transcendente” – diz o responsável do estabelecimento Porta 13, Tiago Varela. “Tivemos situações de mero alerta da polícia em que nos dizem “estão a fazer muito barulho, regulem o som mais baixo”.(NAS CALDAS DE S. JORGE DAVA MULTA…QUE LATA!!!) Nós regulamos e não há problema nenhum” – afirma, por seu lado, o responsável do estabelecimento Rua Direita, Ricardo Barbosa. Mas as queixas até podem não ter nada a ver com os bares. “Se há um desacato aqui em frente, as autoridades são chamadas até onde está a acontecer o desacato, mas não quer dizer que seja da nossa casa” – sublinha. Os empresários reconhecem a importância de respeitar os moradores e tentam atenuar situações de desconforto.” “É preciso vivermos uns com os outros. Os moradores já cá estavam, nós chegamos depois. Gerimos da melhor maneira, à base da conversa” – diz Ricardo Barbosa. “Tentamos que as pessoas cá fora não façam muito barulho, falamos com os vizinhos e colaboramos com eles” – refere Tiago Varela. Para além da conversa, o responsável da Cafetaria, Paulo Silva, acredita que também é essencial apostar em bom equipamento para que a música se restrinja aos espaços onde está a ser tocada.

Apesar de mais bares significarem mais movimento, os empresários reiteram que “menos é mais”. “Antes não havia tanta gente, mas havia mais qualidade. Há um movimento maior mas não quer dizer que a facturação seja maior” – alerta Paulo Silva, sublinhando que, com a crise, as pessoas optam por sair à noite apenas uma vez por semana. Os bares têm autorização de funcionamento até às 2h00 mas habitualmente pedem um alargamento de licença até às 4h00. Grande parte requisita a licença todos os fins-de-semana e nunca viu esse pedido indeferido, uma “benesse” que surgiu graças à garantia de limpeza das ruas. “Numa primeira fase, só havia dois fins-de-semana por mês em que podíamos pedir licença. Agora, como há a contrapartida da nossa parte de zelarmos pela limpeza da zona, podemos pedir licenças durante os quatro fins-de-semana” – afirma Ricardo Barbosa, que compreende a importância deste requisito. “Não tinha jeito nenhum as pessoas virem por aí abaixo, para a missa, e verem copos no chão, garrafas partidas. Chegamos a um consenso e todos dividimos o pagamento da limpeza” – explica.

Associação criada para defender moradores e lojistas

De forma a melhor gerir a relação entre bares e moradores, e para proteger os direitos dos residentes e lojistas, foi criada, em Janeiro, a Associação de Moradores da Zona Histórica da Feira. “Queremos dar apoio a quem cá está e salvaguardar a própria terra” – afirma um dos membros da associação, António Sá, que considera o barulho dos bares “inadmissível”. “Não somos contra os bares, somos contra o barulho que fazem” – aponta. “Há uns que respeitam mais do que outros. Uns sabem que só têm licença para fazer barulho até determinadas horas e respeitam as pessoas que vivem cá. Outros não querem saber do vizinho dormir ou não dormir” – diz, por seu lado, outro membro da associação, António Coval, que viu o seu negócio de quartos para alugar prejudicado com esta situação. “Com barulho, não alugo nenhum porque ninguém consegue dormir” – salienta.

Mas o barulho não é o único factor de problemas, o vandalismo também preocupa. “O senão dos bares são os estragos que o álcool faz. Os jovens partem tudo, viram sinais, incendeiam caixotes do lixo, fazem muitas asneiras” – conta António Coval. Para além disso, segundo António Sá, a limpeza não é feita igualmente por toda a zona histórica. “Junto aos bares, está tudo limpo, mas se for à rua do Mercado, as garrafas estão lá” – afirma. O morador já fez queixa à Câmara, de todos estes problemas, mas “não obteve qualquer resposta” e daí a criação da associação. “Uma associação tem mais poder do que duas ou três pessoas” – salienta. O próximo passo será a constituição dos órgãos sociais e a marcação de reuniões com a Câmara, Associação Empresarial da Feira e proprietários dos bares.

Solução é maior policiamento

Para todos os envolvidos (moradores, bares e associação), a solução para a resolução destes problemas é um maior policiamento nas ruas. “Como em todas as zonas históricas que acabam por ter esta nova vida nocturna, deveria haver um policiamento um bocadinho mais forte na altura em que os bares fecham, porque aí é que se detectam as zaragatas, é aí que acontecem mais os distúrbios dos jovens, não é enquanto estão nos bares” – explica Jorge Andrade. Em discussão, está a possibilidade de os bares assumirem, para além da limpeza, os custos de um policiamento extra. Os moradores frisam, no entanto, que apesar da “falta de policiamento”, há uma resposta sempre rápida da PSP às ocorrências. “A polícia tem sido solicitada e tem estado aí para não deixar piorar a situação” – refere Carlos Silva. Para além do policiamento, alguns residentes referem ainda a necessidade de se criar condições nos espaços para a instalação de bares. “Não é só dar a licença, tem de se fazer a parte da insonorização. Para já, só há uma casa que está em condições, que é a Porta 13” – salienta António Sá. “É pena que quando abriram, não abriram com condições para bares. A Câmara não se preocupou, acho que é culpa do poder político que não disse “podem abrir mas têm de ter estas condições”” – explica Jorge Andrade.

Ainda que com todos estes “incómodos”, a nova movida nocturna do centro histórico da Feira também trouxe vantagens. “Era uma cidade morta e, depois dos bares abertos, aumentou significativamente o movimento” – diz António Coval. “Quem é que não se lembra do centro histórico há uns anos? Era um cemitério à noite, até metia medo passar por lá. Os bares trouxeram vida, juventude, uma dinâmica positiva à vila da Feira” – sublinha Jorge Andrade, realçando que agora os jovens não têm de sair da cidade para se divertirem, o que deixa os pais mais sossegados. E se há quem veja muitas queixas e algumas vantagens, há também quem só tenha elogios. “Há quem não goste, eu gosto muito de juventude. Sou velha, mas gosto de jovens e sinto-me muito segura com eles na rua. Às vezes vou à casa-de-banho às 5 da manhã e ouço-os, mas durmo na mesma, e o meu quarto dá para esta ruela, que tem um bar mesmo em frente” – afirma, convicta, uma moradora, Maria Irene Araújo, que apela ao lado positivo: “Se não fosse isso, o centro histórico estava morto, não se via vivalma, porque os velhos não vão para a rua”.

Câmara põe moradores “sempre primeiro”

Há seis meses no executivo, a vereadora com o pelouro da Administração e Finanças, Helena Portela, não viu chegar qualquer queixa à Câmara relacionada com os bares da zona histórica da Feira. “O que de vez em quando vamos ouvindo é a opinião pública, porque as pessoas se queixam, mas isso não é uma queixa formal que podemos ter em consideração” – afirma. Para que a Câmara possa averiguar a situação, é preciso submeter uma queixa formal, que pode ter várias índoles. “Se é uma questão de ruído, tem de ser feita a medição do ruído, se é uma questão de desacatos na via pública, é pedida a intervenção da polícia” – explica.

A vereadora salienta que os moradores estão “sempre primeiro” e que mesmo os alargamentos de horários que são concedidos aos bares podem ser revertidos na eventualidade de uma queixa. “Compreendemos que hoje em dia quase todos os bares funcionam até às 4h00, porque as pessoas vão já tarde para a noite, mas só damos pontualmente autorização de alargamento de horário, sobretudo em zonas residenciais, para que, se houver alguma reclamação, facilmente possamos actuar” – elucida. Por isso, espaços com histórico de queixas de moradores têm mais dificuldade em obter licenças. “Se tivermos algum tipo de reclamação, não damos, automaticamente” – salienta Helena Portela.

Alguns estabelecimentos chegam a pedir alargamento de horário por um ano, mas só lhes é concedido “se não estiverem em zonas residenciais ou não perturbarem”. “Nesse caso, temos de fazer uma análise muito mais criteriosa, com a salvaguarda de que mesmo sendo por um ano, podemos cancelar a autorização se algo acontecer” – realça. Na decisão de conceder ou não licença, são essenciais os pareceres da junta de freguesia, polícia (PSP ou GNR), Associação Empresarial da Feira (se o bar for membro) e DECO. “Se não há qualquer obstáculo, não faz sentido estar a travar a actividade económica” – afirma Helena Portela. A vereadora acredita que a falta de queixas formais tem a ver com a tolerância que os moradores vão ganhando à nova movida feirense. “Se por um lado pode haver algum barulho, por outro há uma animação e uma vivência que compensa. Talvez as pessoas digam “se isto não tivesse movimento, era morto, tinha medo de andar aqui à noite”. Há um factor negativo e um positivo que, se calhar, contrabalançam” – afirma.

1 comentário:

Anónimo disse...

da big cansil para cima as leis são outras