DIA DO PAI...

Pode parecer arriscado, subjectivo e pouco correcto, mas digo com a certeza habitual dos filhos também habituais, que o meu pai, é o melhor do Mundo. O Mundo também é arriscado, subjectivo e pouco correcto, daí cada um ter a sua própria e única definição do ser “pai” , das suas qualidades e defeitos.

Não é por acaso, ou por certa ironia que, por imperfeição total humana só nós lembramos com a certa dedicação dos gestos, das pessoas e ou dos momentos, quando há qualquer tipo de data que nos envolve e obrigatoriamente nos faz sentir culpados por em todos os outros dias do ano, não darmos o devido valor a pequenas GRANDES pessoas. Lembramo–nos delas concerteza durante os dias, sentimos a necessidade de estar e viver com elas, de ver os seus sorrisos e de sentir os seus abraços. Mas esquecemo – nos tantas e tantas vezes de lhes dizer o quanto delas gostamos, mesmo lembrando – nos desse sentimento- há palavras que parecem ser raras e daí, especiais.

É dia do pai, e por aí ouvi muita gente a dizer “ não é preciso ser dia 19 de Março para saber que o meu pai é o melhor de todos” . De facto , não é. Mas talvez seja necessário ser dia 19 de Março para o meu pai saber que para mim , é o melhor de todos.

Definir algo ou alguém a quem dedicamos todo o respeito, admiração e carinho, é tarefa difícil, senão mesmo impossível. Normalmente dizemos de perfeição, e eu gosto de acreditar que ela realmente existe. Mas não são definições perfeitas, nem palavras perfeitas, nem frases perfeitas. Não são mesmo sequer, pessoas suficientemente perfeitas que saibam enfrentar a perfeição. Esta existe sim , a meu ver, nos momentos, nos sorrisos e nos silêncios. Onde as palavras não dizem, onde a perfeição não se preocupa em o ser. Onde a simplicidade de um olhar capta toda a perfeição possível e impossível, onde duas pessoas se esquecem do Mundo e se lembram apenas do quão é importante ter um pai, ou um filho.

Daí não querer, forçadamente escrever algo bonito. Eu até gostava de ser suficientemente inocente e dizer que todos os dias, são “Dia do pai”. Até são, porque todos os dias vivemos os dois, conversamos os dois, sorrimos e partilhamos mundos , talvez diferentes. Mas são dias engolidos por uma rotina consumista e igual a tudo, são dias em que nem tempo há para sabermos arranjar palavras que mostrem o quanto fomos, somos e seremos na vida um do outro. E por ser um dia um bocadinho diferente, tentei, por breves minutos de ausência minha neste planeta, mostrar – te a ti a imensidão de que é ser pai, no meu conceito, no meu ponto de vista.

E pai, é o meu pai. Não é perfeito, mas ensinou – me aquilo que hoje, mais faço uso. Entre esse tudo, o de viver cada segundo como se fosse o último, enfrentar os piores momentos com um sorriso nos lábios e nunca, nunca deixar de ter noção da importância que aqueles que são nossos , tiveram , têm , e se lhes soubermos dar o devido valor, terão certamente para o resto das nossas vidas.

Obrigada pai, por simplesmente seres mais do um pai.

- Ana Filipa Cardoso Pinto da Silva