sexta-feira, 22 de junho de 2007

PARA ONDE VAMOS ?

A definição de um futuro de atitudes sustentáveis é, cada vez mais, uma questão basilar no desenvolvimento de uma sociedade contemporânea. Apesar de "chavão", é uma verdade.
Por isso, desenvolver uma estratégia integrada de crescimento é, sem dúvida alguma, um dos maiores desafios que se coloca nesta fase, e cada vez mais, às terras e regiões que pretendem, a prazo, tornar-se competitivas, inovadoras e locais de excelência para viver.
E todo este processo só faz verdadeiro sentido se a participação das populações for evidente. Se toda a sociedade civil der a sua contribuição. No entanto, para que isso aconteça, é necessário confrontar diferentes e várias sensibilidades, para um aprofundar de todas as expectativas e de todos os anseios relacionados com o ambiente em geral, e com o desenvolvimento urbano em particular.
Todo esse processo passa então, a meu ver, por uma profunda discussão sobre uma questão fundamental: "...Para Onde Vamos???".
É disso que Caldas de S. Jorge precisa.
Não são raras as vezes que se ouvem opiniões sobre este ou aquele projecto, sobre este ou aquele tema, sobre este ou aquele espaço, sobre esta ou aquela opção. E diga-se de passagem, que daí até nem vem mal ao mundo.
No entanto, do meu ponto de vista (repito, do meu ponto de vista) será necessário algo mais. Será necessário que as pessoas pensem, a longo prazo, o que querem para esta (emocionante) terra.
Será necessários que, no fundo, se defina e crie a "marca" CALDAS DE S. JORGE.
Não é possível programar o que quer que seja com projectos "avulso", que surjam por "impulso" em ocasiões espaçadas no tempo. Disso, podem ter a certeza.
Neste caso, o desenvolvimento integrado de Caldas de S. Jorge só será possível se existir um "mote", um "objectivo", uma estratégia daquilo em que se poderá tornar a médio/longo prazo.
À semelhança dos homens, as aldeias, vilas ou cidades "precisam de uma vocação, de uma filosofia própria". Só mostrando e assumindo as suas mais-valias, elas se poderão diferenciar e Ter uma visibilidade regional ou nacional.
Por isso, seria importante, em primeiro lugar, valorizar-mos aquilo que a fortuna nos trouxe: uma água que brota do NOSSO solo e que permite a existência de umas termas que devem ser mais potenciadas. Depois, ainda no campo paisagístico e natural, era bom que soubéssemos respeitar este vale, este Uíma e suas margens. Não chega requalificar... É preciso revitalizar (revitalizar também, já agora, o centro da vila – é preciso gente nova a habitar no centro da vila).
Podemos então assumir a primeira das NOSSAS vocações: TURISMO de saúde e lazer. Neste campo, as diferentes entidades também deverão, de uma vez por todas, assumir esta mais valia da terra e da região, promovendo e "incentivando" a sua dinamização. E esta "coisa" do turismo, não tem necessariamente que ver, com a localização de um hotel ou de outro equipamento similar, isolados. Pelo contrário. Esta "coisa" do turismo é muito mais do que isso: é, entre outras coisas, incentivar a população a participar naquilo a que eu chamo SERVIÇOS DE PROXIMIDADE, é sermos empreendedores e inovadores naquilo a que nos propomos fazer, é envolvermos a população na dinamização turística da vila, é termos estabelecimentos de restauração e bebidas que marquem a diferença, de qualidade (já existem alguns), que por exemplo, apresentem produtos diferenciados e relacionados com a região, etc...
Mas, Caldas de S. Jorge é diferente das outras terras. Caldas de S. Jorge tem mais factores de interesse. Tem o facto de ser um dos pólos europeus da industria de puericultura. E isso também vai muito para além do investimento privado que, por cá, pequenas empresas e grupos empresariais representam (e representam bem).
Ora aí está mais uma das NOSSAS vocações: INOVAR NA INDUSTRIA DA PUERICULTURA. Podemos e devemos associar a puericultura ao termalismo e ao turismo.
Senão vejamos: Um tipo Finlandês (ou doutro qualquer ponto da Europa) faz um workshop nas Caldas de S. Jorge sobre as novas tendências para os artigos e vestuário para criança. Certo que diversos indivíduos deste ou de outros países para cá se deslocam para essa troca de experiências, poderemos também demonstrar o nosso empreendorismo nas actividades por cá desenvolvidas.
Para isto, como é lógico, será necessário possuir meios físicos, humanos e condições de atractividade: é aqui que entra a correlação com a vocação turistica. "Oferecendo-lhes" o que as termas e a vila têm de bom, mostrando-lhes aquilo que fazemos ao nível industrial, trocando saberes... Quem sabe se poderá daí sair a ideia de organizar um evento do tipo "Caldas de S. Jorge Children Fashion 2010" (lá está a "marca" Caldas de S. Jorge). Quem sabe se daqui de Caldas de S. Jorge, não poderão brotar novos talentos na área da moda e do design industrial associados à puericultura?
Podíamos até, com um bocadinho de esforço, pensar numa terceira vocação: na lógica do DESPORTO. Com um bocadinho de jeito, associando um relvado e uma pista de atletismo, a uma pequena unidade hoteleira, umas termas, e uma promoção direccionada para os sítios certos, teremos um cocktail interessantíssimo chamado qualquer coisa como Centro de Estágios e de Alto Rendimento Desportivo - CEARD?. (Nesta se calhar exagerei. Talvez esteja a sonhar alto...).

Como já estou a ser longo, deixo apenas mais uma nota:
Esta coisa da internet, da blogosfera, a que eu chamo "REDE" é, cada vez mais, um meio de dinamizar, e dar a conhecer o que quer que seja.
Julgo que, no caso deste blog, apesar de algumas limitações, temos tido um bom exemplo na questão de (re)colocar novamente pessoas de Caldas de S. Jorge a discutir, enfim... a trocar ideias. Numa era do conhecimento global, da tal REDE GLOBAL, a informação e o empreendorismo devem ser aproveitados para engrandecimento e democratização dos pensamentos em relação aquilo que queremos para a nossa terra, promovendo-a.
Estamos todos (ou quase todos) à distância de um click.
Os leitores podem até discordar daquilo que (finalmente está a acabar, ufa) eu escrevi... É um risco calculado que assumo.
Logo, um começo, pode ser até do género ...
"Não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí"... (Onde é que eu já ouvi isto?)


Pedro Castro e Silva

10 comentários:

Anónimo disse...

para onde vamos?
-vamos continuar a sonhar.
para que isso aconteça era preciso que muito mudasse nesta freguesia inclusive as mentalidades.
xau xau.

Anónimo disse...

Muito bem,
Senhor arqutecto Pedro Silva !
É de sonhadores assim que esta Vila precisa!
Força!
Sonhar não paga imposto!
O Abade sonha a Vila Cidade!
Fomos aldeões, fregueses, hoje habitantes de uma pitoresca Vila, amanhã seremoos cidadãos!
Sr. Arquetcto,
arquitete,
teça,
"tecte",
projecte..
Dê-nos anteprojectos,
croquis,
desenhos!
Porque o homem sonha
e a obra nasce!
Não sei qual é o caminho,
Só sei que este não é!
O Caminho não existe,
Faz-se caminhando!
Os nossos filhinhos e quiçá netinhos não nos vão perdoar progressos adiados!

Anónimo disse...

Pois pois..
Já não chega o padre a pensar em impossíveis agora temos o arq silva.
as coisas que diz até eram boas só que nao temos homens para as levar para a frente.

Anónimo disse...

Nem dinheiro!!!!!!!!
RJ

Anónimo disse...

"O sonho comanda a vida e quando o Homem sonha o mundo pula e avança"
Acho que sim, que faz bem sonhar e ainda seria melhor poder passar esses sonhos para esta que é a minha vila "emprestada", para dinamiza-la, e pô-la a andar para a frente! É preciso olhar para este cantinho a beira do rio Uíma plantado com outros olhos, criar oportunidades para o futuro, criar estruturas e organismos que para além de divulgarem a terra permitam criar empregos para os nossos filhos e netos.É preciso "adubar" esta terra para que um dia todos possam se orgulhar dela e dizer que é a sua terra !! A Junta ou as autoridades competentes deveriam olhar para o Centro da Vila e requalifica-la e incentivar os proprietários de habitações do centro a faze-lo. Existe apoios do Estado para esses fins.
O ILHA Bar … beber um café ou comer um gelado naquela esplanada seria um óptimo programa de fim-de-semana mas falta-lhe as condições…
Se houver boa vontade, iniciativas e poucos desvios de fundos esta terra chegará longe mas para isso é preciso por mãos a obra e fazer algo mais do que mandar limpar os canteiros.
Marta

Anónimo disse...

Excelente a visao do sr Pedro . Embora de dificil concretização penso que é uma visao que podia ser aproveitada pelas pessoas que tem responsabilidades.

Anónimo disse...

José Pinto da Silva,

Como princípio o "sonho" não merece discordância. Eu iria dizer: Como ficamos? e com quem? em que circunstâncias?
Tudo o que é preconizado depende de dis ou três polos:
1º. Câmara Municipal/Sociedade de Turismo. Para fazer o sugerido aproveitamento do factor ÁGUA, que possibilidade de intervenão, decisório ou de sugestão, a população, de forma directa ou por delegação? Sabe-se que nenhuma para além de lamentar que nada se faz. Há quantos anos tem a Câmara os terrenos da Pines disponíveis? O que se fez? Nada. E há alguma ideia para a utilização? E para quando? Vale do Uima: Noutros locais com linha de água que tal, a Câmara comprou boas parcelas de terrenos marginais para paulatino aproveitamento. E aqui? Privados? que garantias teriam de utilização rentabilizável? Os detentores de meios de S. Jorge estariam (ão) disponíveis para qualquer empreendimento? Para cativar "estrangeiros" sabe-se que só a Câmara os poderá "iscar". Quem se não lembra do projecto MARVA? Que sonho lindo!! Há bastantes anos estava eu acompanhado de uma pessoa ali na
ponte (junto às Termas) e disse-me ele:" a minha maior pena foi ter deixado o cargo sem ter podido comprar isto tudo" olhava ele para toda a extensão entre pontes. Tinha deixado de ser Presidente da Câmara há anos. Claro ... se tivesse podido comprar!!
A ideia do CEARD seria maná. Mas quem poderia ser chamado para investir nesse sector? Está mais do que claro que teria sempre que aparecer a intervenção da Câmara para garantir aquisições de terrenos e garantir licenciamentos.
E a Câmara AINDA se não virou para cá, mesmo tendo aí o equipamento que tem e que, também entendo, deveria ser mais dinamizado e ser mola para desenvolver tudo à volta.
....Children Fashion. É um desafio importante aos industriais do sector da puericultura, com olhos sobretudo nos homens da BébéCar. São quem tem meios e conhecerão quem possa interessar-se pela ideia. Marca CALDAS DE S.JORGE já existe há muitas muitas dezenas de anos, muito muito antes de sermos Caldas de S. Jorge freguesia. Só em 1985 deixamos de ser S. Jorge para passarmos a ser Caldas de S. Jorge. Mas a marca já era velhinha.
Não terá sido muito mais divulgada e valorizada?
Algumas ideias, mas tem que ter Câmara e homens do dinheiro disponíveis para investir por cá.
Que surjam mais e mais e mais e que se não fiquem pelos MARVA.

Anónimo disse...

è desta toca de ideias que a terra precisa e
os bloguistas deviam peder mais tempo em debater estas ideias em vez de andarem a deitar conversa fora.
parabens

Anónimo disse...

Acho que o campo de futebol devia ter relva sitetica em passos de brandao eles conseguram isso a camara tem que olhar mais para sao jorge
um centro de estágios era bom era mas parece dificil nós náo temos a força que tem o feirense

Anónimo disse...

Penso que o que Pedro quis dizer quando falou no campo com relva e pista de atletismo sería o facto de uma unidade hoteleira poder dispor e disponibilizar para a freguesia dessas mesmas condições/instalações.
Esse tipo de protocolos não são nehuma novidade no nosso país.
Consegue-se mas é preciso muito trabalho.
A Câmara não nos tem dado grande atenção? Acredito que não, mas provavelmente pouco fizemos para mudar o rumo dos acontecimentos.
Cumprimentos, AMC