quarta-feira, 11 de julho de 2007

Gosto de Sonhar. E depois?

Gosto de Sonhar. Pronto.
E depois?
Ninguém tem culpa de ter nascido para isto. E logo a mim, que sou um tipo mais ou menos bem comportado, me tinha de calhar tal "fava" do bolo rei da vida. Sim, porque essa história de "desperdiçar" algum tempo desta vida agitadíssima naquela coisa quase intolerável de sonhar e de exercitar o raciocínio está, cada vez mais, com os dias contados.
Antigamente, ainda existiam alguns visionários que se dispunham a disseminar algum do seu conhecimento pelas suas terras de origem e, honra lhes seja feita, conseguiram alguns agradáveis resultados. Eram os Senhores Doutores, Professores, Regedores, Agricultores e outros "ores" quaisquer que, não raras as vezes, "embebedados" de sapiência, arregimentavam as populações, só permitindo, de quando em vez, que os "profanos" (qual maçonaria) dissessem qualquer coisinha. Em todo o caso, já nessa altura, os menos letrados e que só falavam de quando em vez, pensavam (e pensavam bem).
Sinto alguma nostalgia e, porque não, até alguma raiva de não ter vivido esses tempos.
Seriam tempos em que as pessoas eram, efectivamente, respeitadas – Dizem...
Hoje, para (a)variar, não é nada disso.
Um gajo que ouse mandar uns bitaites mais ou menos articulados sobre um qualquer tema que diga respeito à sua terra é logo motivo de reparo. E então, se esses bitaites tiverem alguma consistência e perspectivarem um desígnio, uma filosofia, um modus operandi para a terra, isso é que não pode ser: vêm logo os verdadeiros representantes do povo (dizem eles) alegar que isso são coisas de indivíduos intelectuais, que não põem as "mãos na massa" (acho que é assim que vociferam).
Começo a ficar farto dessas histórias e de "falsas modéstias". Já "enchi o saco". Há pessoas que não merecem.
A partir de agora, vou começar a puxar dos "galões" (de preferência mornos e com pouco café) e armar-me em "cagão" quando me disserem que sou filho de papá, que não sei o que são as agruras da vida, que não dou erros ortográficos, que não sou do povo, que tenho a mania que sou letrado.
É verdade. Sou isso tudo. E quê? Tens alguma coisa a ver com isso? Pedi-te algum? – Direi eu.
Não me importo. Estou a escrever "sem rede". Mas garanto que vai ser assim.
Era só o que faltava eu ter de me acanhar perante alguém que, além de dar erros, não sabe construir frases, não quer sonhar e, cúmulo dos cúmulos, não quer aprender.
Não está (longe disso) em causa o valor humano de cada um – nesse campo, somos todos iguais. Sempre abominei a questão das segregações: pela cor, pelo credo, pela ideologia, pelo grau de riqueza, pelo grau de escolaridade. Repito, somos todos iguais.
Está em causa, sim, quando tentam, à luz de um discurso populista, retrógrado e ressabiado, diminuir a importância do saber e do sonho, enquanto modos de vida.
Faz bem sonhar sim senhor. Faz bem à alma, ao espírito, ao corpo, à terra, aos outros.
E ainda faz melhor quando (o sonho) é feito de uma forma desprendida e na perspectiva de contribuir para um melhor futuro dos vindouros.
Caros leitores. Tinha de vos transmitir isto. Estava cá "entalado" há vários dias.
Se ainda tiverem o virtuosismo da atenção perante este texto, permitam-me um conselho e, porque não, uma "ordem": tenham a ousadia de Sonhar. Sonhem. Sonhem muito. Sonhem como a vossa terra pode ser daqui a uns anos. Sonhem numa terra colorida. Sonhem numa terra onde é bom viver.
Sonhem... Sonhem sempre...
Divirtam-se…
Porque, como já alguém dizia, "…O Sonho comanda a Vida…".

Há. E se possível... Sem erros ortográficos.


atento73

13 comentários:

Anónimo disse...

DETESTO GENTE POBRE...

POIS NEM SABE ESCREVER...

É O MEU PROXIMO TEXTO

O CONHECIDO

Anónimo disse...

Há intervenções que mereciam ser assinadas e esta é uma delas. Teria gosto em conhecer o autor.
Opinião de José Pinto da Silva

Anónimo disse...

Sr. Atento,
diga-se que eu também gosto de sonhar, e sonhar não significa concretizar!!!
Não puxo pelos meus galões, pois não os tenho!!! Os únicos “galões” que tive até hoje foram aqueles que tomava no café da Mariana, quando era novo. Pois recordo-me de todas as sextas- feiras ir ver a ultima sessão na RTP1, só terminou aquando do aparecimento da parabólica, e da RTL, pois juntava-se lá toda a malta para ver as mamocas das apresentadoras do programa “tutti-frutti”.
Reconheço que sou um pouco burro, mas não é por isso que agora, vou puxar as minhas orelhas para cima para toda a gente ver, que a seguir à mula do “Nascibe” sou eu que tenho as orelhas maiores!!! Será que me devo gabar??? Porque não, se todos os formados puxão pelos “galões” eu também posso puxar pelas orelhas, ou melhor pela minha virilidade, pois na escola ninguém me ganhava.
Uma coisa é certa, que eu dou erros, dou... e muitos, mas nada me faz parar de escrever, nem esses ditos “douctores” que não podem passar receitas médicas, ou esses ditos “enginheiros” que tiram o cursos ao domingo, só porque tem papás para lhe pagar as cunhas. Eu não tenho canudo, mas tenho uma capacidade para ganhar dinheiro superior, aos “doctores” que precisam desses “burros” que não sabem escrever para ter emprego, ou agarram-se “ao tacho publico” para poderem mandar uns “bitaites” a quem só tem a 4ª classe tirada à noite, e pela TV (tele-escola).
Não sei se o meu discurso, é retrograda ou pior que isso é simplesmente cloaca, só sei que luto para viver, mas não vivo para lutar... Não tenho por objectivo, sonhar porque vejo o outro a sonhar, só sonho, quando não consigo andar acordado. Sei que muita gente sonha, talvez porque nada tem para fazer acordado. Eu vivo com a mente de quem gosta de viver, e de ver, com os olhos bem abertos, por essa razão sei as minhas limitações, e mais sei até onde não posso ir, mas acima de tudo sei, até onde quero ir. Quem diz que “não quero aprender..”, é um insensato, não sabe o que é trabalhar dia e noite para viver. Mais não sabe o que é não ter dinheiro para comer, não sabe o que é começar por sonhar, e ter de acordar num pesadelo, que jamais pode sair a estudar.

Espero não ter dado mais erros, que as palavras que escrevi, no entanto nada me move para não tornar a escrever, e erros dar a pensar “bem que eu escrevo” pois muitos “irmãos” meus nem isso puderam fazer.

O Analfabeto.

Anónimo disse...

E S P E C T A C U L A R

Parabéns pelo artigo.
Até eu que não sou doutor gostei.

Anónimo disse...

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso,
em serenos sobressaltos
como estes pinheiros altos


que em verde e ouro se agitam
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma. é fermento,
bichinho alacre e sedento.
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel.
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança.,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
para-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra som televisão
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre a mãos de uma criança.


Dá para pensar não dá?

AgM

Anónimo disse...

Também acho que devemos sonhar.
Mas diz-me uma coisa:
Isto foi inspirado na tua estadia no Tibete?

Anónimo disse...

muito bem.
gostei muito do texto. muita gente nao se identifica por medo ou vergonha ou smplesmente para criar "suspense"
é como o nosso pessoa...

cumprimentos a todos...

especialmente ao atento73

Anónimo disse...

EU GOSTEI DO TEXTO, MAS SOU DA OPINIÃO DO ANALFABETO.

Anónimo disse...

A mensagem do texto é bem mais profunda do que se pensa.
Eu acho que não é preciso o autor identificar-se. Toda a gente sabe ou desconfia de quem se trata. Mas ele diz que não. Parabens

Anónimo disse...

Analfabetismo

Analfabetismo, como o próprio nome indica, é o desconhecimento do alfabeto, ou seja, a incapacidade de ler e escrever. Segundo a Unesco: "uma pessoa funcionalmente analfabeta é aquela que não pode participar de todas as atividades nas quais a alfabetização é requerida para uma atuação eficaz em seu grupo e comunidade, e que lhe permitem, também, continuar usando a leitura, a escrita e o cálculo a serviço de seu próprio desenvolvimento e do desenvolvimento de sua comunidade."
Para fins estatísticos, analfabeta é a pessoa acima de 15 anos que não sabe ler e escrever pelo menos um bilhete simples. O analfabetismo é um grave problema na maioria dos paises subdesenvolvidos, comprometendo o exercício pleno da cidadania e o desenvolvimento sócio-econômico do país.

Analfabetismo funcional

Analfabeto funcional, é a denominação dada às pessoas que mesmo tendo aprendido a descodificar minimamente a escrita, geralmente apenas frases curtas, não desenvolveram a habilidade de interpretação.
Segundo dados recentes (Instituto Paulo Montenegro), no Brasil o analfabetismo funcional atinge cerca de 75% da população, ou seja, somente 25% da população é alfabetizada plenamente. Isso se deve à baixa qualidade dos sistemas de ensino (tanto público, quanto privado), ao baixo salário dos professores, à falta de infra-estrutura das instituições de ensino e à falta do hábito da leitura do brasileiro. Em alguns países desenvolvidos esse índice é inferior a 10% (Suécia, por exemplo).

Analfabetismo digital

Analfabeto digital denomina aquele que é incapaz de obter informações por meios da informática, ligadas à era digital, como a Internet ou qualquer outro meio ligado a computadores. Tipo de analfabetismo contemporâneo bastante comum em regiões que não possuem eletricidade e/ou suporte à rede mundial de computadores, porém há o caso opcional de desinteresse pela máquina por algumas pessoas que contam com fontes mais tradicionais de informação. Nas próximas décadas, espera-se uma expansão digital em todos os setores económicos e culturais do globo, podendo causar exclusão social daqueles que não estão aptos a interagir com a informação digital.

Anónimo disse...

Será analfateto?!
... ou complexo crónico de inferioridade??????????!

Anónimo disse...

Correcção,ao comentário anterior:
Será analfabeto?!
... ou complexo crónico de inferioridade?????????!

Anónimo disse...

Que tristeza!
Um chora porque é estudado outro porque não é....e onde é que fica o respeito um pelo outro?
Não podemos ser todos doutores nem podemos todos ganhar dinheiro...lá pelo meio estão os restantes mortais que não têm inveja nem de um nem do outro. Tem é pena porque perdem tempo com infantilidades.

MTS