quinta-feira, 12 de julho de 2007

Quem perderá?


Novas eleições não conduziriam ao clone da situação actual, mesmo que previsivelmente se trocasse o Presidente? E mesmo que um novo executivo não trouxesse machado de guerra, haveria vantagens visíveis para quem quer que seja?



Foi-me posta a questão muito concreta, de, em minha opinião, quem poderia obter vantagem ou sofrer consequências adversas, na eventualidade de serem convocadas eleições intercalares na autarquia de Caldas de S. Jorge. Há quem nisso fale.


Como primeiro raciocínio e sem entrar muito no que possa provocar a queda do executivo, digo que, com intercalares, perderão todos, porque entra em défice o princípio da estabilidade, o princípio da regularidade dos ciclos eleitorais e porque um meio mandato mal permite a adaptação fisiológica à cadeira que couber a cada qual.


O que poderá levar à queda? Como anteriormente nunca se falou em semelhante eventualidade, é instintivo pensar-se que o factor de possível conflito só pode ser o novo presidente da Junta. Com o anterior presidente nunca se vislumbrou qualquer sombra de desentendimento ou mesmo de pontos de vista discordantes. O muito ou o pouco, o bem ou o mal feito sempre foram assumidos pelo trio. Será o actual autoritário? Será intratável? Será desrespeitador do princípio da colegialidade? Se sim, é tão simples como ter de ser ele a mudar de atitudes e de procedimentos. A lei força-o a tal mudança. Ponto final. A mais importante prerrogativa do presidente é o voto de qualidade, quando em processo de votação ocorra a situação de empate.


É sabido que para provocar a queda do executivo é imperioso que, em simultâneo, renunciem todos os integrantes das listas do PS e da "Futuro Já". Eleitos, não eleitos e suplentes. Havendo essa convergência de pontos de vista entre treze mais treze pessoas, não será muito mais fácil que convirjam os dois membros emanados das mesmas listas componentes do executivo?


Uma junta de freguesia é um órgão colegial, pelo que impera nele o princípio da decisão maioritária. Convirá que o trio, em conjunto ou em separado, leia com atenção o artigo 34º. Da Lei 169/99 onde estão bem explícitas as competências da Junta, isto é, da maioria dos três integrantes, maioria que desejavelmente deveria ser unanimidade. As competências do presidente dimanam das da junta, pelo que se entender pôr-se em minoria, perde. E tem que se submeter, ou cai. Em termos básicos, as competências do presidente limitam-se a cumprir e fazer cumprir o que o plenário da junta deliberar. Leia-se em particular a alínea d) do nº. 1 que diz: "Gerir os recursos humanos ao serviço da freguesia". Ver também a alínea g) do nº. 1 do art. 38º. (Competências do Presidente), que diz: "Executar as deliberações da junta e coordenar a respectiva actividade". E, para não haver dúvidas, leia-se o artigo 35º. da Lei 5-A/2002 que fala das competências que a junta pode, se e quando quiser, delegar no presidente. E, delegando, se vir que não estão a ser bem desempenhadas pode retirar a delegação. É conveniente que se leiam as leis, para que não haja atropelos, nem tentativa de uso indevido de poderes.


No caso concreto, em situação de eleição intercalar, quem poderia sair favorecido ou prejudicado? Sairia, desde logo, favorecido quem quer que conseguisse vencer com maioria absoluta. E será previsível, com as forças em presença, a conquista de uma maioria absoluta por qualquer concorrente?


Não ocorrendo essa maioria sairia prejudicado o PS porque, sendo a única força política organizada e institucionalizada com presença no executivo, ser-lhe-ia quase automaticamente atribuída a queda do órgão. O presidente é um independente enfiado em 2005 na lista do PSD por mera táctica de oportunidade, pelo que mesmo sendo ele a verdadeira causa do não funcionamento da junta e do seu colapso – a memória colectiva ainda se lembra do que se passou há anos – a imagem do PSD sai incólume. E para uma hipotética recandidatura seria mais que certo que teria de recorrer à formação de mais uma lista de independentes. Ou o CDS emprestar-lhe-ia a sigla e o emblema?


Os independentes da "Futuro já", mesmo resignando como os do PS, ficariam com a dinâmica que pudesse ter, ao tempo, a Associação de Moradores e que andará muito longe do que os motivou em 2005. Politicamente não existem, nada poderiam perder politicamente.


E novas eleições não conduziriam ao clone da situação actual, mesmo que previsivelmente se trocasse o presidente? E mesmo que um novo executivo não trouxesse machado de guerra, haveria vantagens visíveis para quem quer que seja?


O Executivo não tem alternativa senão entender-se, sendo que o presidente terá de, mesmo às vezes a contragosto, fazer executar as deliberações do colectivo.


Ainda a tempo: Há uma competência que, nunca, em nenhuma circunstância é cometida o presidente da junta, de Caldas de S. Jorge, ou outro. É o de tentar meter bedelho, é o termo, noutros serviços, nomeadamente unidade de saúde e, muito menos tem qualquer legitimidade para lá entrar e tomar atitudes que deixariam corada de vergonha qualquer peixeira de qualquer praça. Episódio a ser desenvolvido.


José Pinto da Silva in Terras da Feira online

14 comentários:

Anónimo disse...

Pelo que disse, o que menos ia sofrer era o PSD, e o que mais vai sofrer é o PS.

Mas a instabilidade ou estas palavras: “Será o actual autoritário? Será intratável? Será desrespeitador do princípio da colegialidade?” devem da pouca clareza das situações encontradas...
Eu vou copiar um comentário, colocado noutro Blog de Santa Maria da Feira, que me deixou perplexo:
“O problema é que quem não deve não teme...

O nosso presidente entrou há pouco tempo, e já as descobertas são de arromba;

- 100.000€, de alcatrão para pagar, de um bocado de estrada, sem papeis assinados, nem autorizações!!!
- 14.000€, para pintar a capela mortuária (30m2)!!!
- Protocolos assinados só com autorização de uma pessoa!!!
- Manipulações e uso do poder, para interesses de associações e particulares!!!
- Venda ilegal de campas do cemitério!!!
- Dois anos de actas de reuniões da Junta sem estar assinadas!!!
- Anarquia geral dos funcionários da junta!!!
- etc. etc....

Mas isto é tudo mentira, eu só estou a brincar....!!!!???%%%###
Não me levem a sério.

Se fosse verdade, a junta sempre ia para eleições, só que com um único partido a concorrer, o PSD, pois os outros não tinham legitimidade para se candidatarem.”

A ser verdade... não digo nada, mas é grave. Mas não deixa de ser menos grave, o que se fala na freguesia da suposta chantagem, feito pelo presidente caso haja eleições antecipadas. A ser verdade no meu entender devem-se todos demitir e não se candidatar mais nenhum dos três que lá está, pois é tão grave ou mais grave, aquele que aproveita as ilegalidades para uso próprio ou para chantagear. Pois se a pessoa é idónea, acha que algo não está bem denuncia, coloca-se de parte, não colabora.

Isto tudo, para dizer o quê! será que é estas pessoas que queremos? Será que a freguesia não merece mais?

Para agora não digo mais nada.

Anónimo disse...

Devo dizer que não disse, por mero lapso. Eu conheço as três pessoas em causa, e nada, mas mesmo nada, me lega a querer que é verdade. Mas que se fala; Fala, logo devia ser explicado o que se está a passar.
Devo dizer, que tenho a maior confiança e amizade nestas pessoas, mas a ética é sempre superior.

Anónimo disse...

"Se fosse verdade, a junta sempre ia para eleições, só que com um único partido a concorrer, o PSD, pois os outros não tinham legitimidade para se candidatarem.”

Você queria dizer isto?
Você queria dizer mesmo isto?
Deve estar a brincar.
Era isto que queria mesmo dizer?
Não tentem desresponsabilizar os eleitos do PSD. O estado das coisas deve-se, evidentemente,`à Junta que nos últimos -demasiados- anos foi governada pelo PSD.
Afinal quem era o presidente?

Anónimo disse...

O Senhor Pinto da Silva conforme falou digo escreveu não veio sossegar nem acalmar a situação!
Antes pelo contrário!
Veio envespinhar o Senhor Presidente Hermínio Mota!
Veio pô-lo em siruação de vítima e de mártir!
NÃO SEI O QUE VAI ACONTECER!
EM CANHÕES VELHOS O TIRO SAI PELA CULATRA!

ATENTO EXPERIENTE E ANÓNIMO

Anónimo disse...

Vem Pinto da Silva:

Opino, porque sou, por princípio contra alteração de ciclos eleitorais. E, cumprindo-se a lei, a Junta funciona segundo as regras do voto maioritário.
Se há erros de funcionamento? Não faço a mínima ideia. Claro que as determinações legais devem ser cumpridas, nomeadamente a eleboração das Actas a sua assinatura e a execução das deliberações nelas exaradas.
Quanto aos 100.000 euros de dívida de asfaltamento, "é area demasiada para uma camioneta como a Junta de C S.Jorge". Se há algúém sem receber isso, é certo que tem que correr à Câmara. Acha que o orçamento da Junta (que eu não conheço em detalhe, não sou da Ass. Freguesia) tem margem para pavimentar um palmo de âria com tapete? 14.000 euros para pintar a Capela? Também acho muito e seja-me permitido pensar que o comentador se informou mal. Quanto ao resto, teremos aqui boas matérias para derimir em próxima reunião da Assembleia de Freguesia.
Não vejo onde possa haver ilegalidade na venda de sepulturas. Há preço determinado e aprovado em Assembleia e a execução é um acto puramente administrativo homologado, espero, por, pelo menos, dois membros da Junta.

Não sei se acirrei o Presidente da Junta. Emiti a minha opinião e fiz uma chamada de atenção para a imperiosidade de se cumprir a lei no que concerne as competências de cada órgão.

Anónimo disse...

“””"Se fosse verdade, a junta sempre ia para eleições, só que com um único partido a concorrer, o PSD, pois os outros não tinham legitimidade para se candidatarem.”

Você queria dizer isto?
Você queria dizer mesmo isto?
Deve estar a brincar.
Era isto que queria mesmo dizer?
Não tentem desresponsabilizar os eleitos do PSD. O estado das coisas deve-se, evidentemente,`à Junta que nos últimos -demasiados- anos foi governada pelo PSD.
Afinal quem era o presidente?”””
Diga-se que não fui eu que disse isso, simplesmente limitei-me a copiar de um blog de Santa Maria da Feira.
No entanto, não deixo de salientar que a minha opinião, é de que qualquer um dos elementos que estão neste momento na Junta de Freguesia, não tem legitimidade para encabeçar a lista se for verdade o que se diz.
Aproveito agora também para responder ao Sr. José Pinto. No que diz “é área demasiada para uma camioneta como a Junta de C S. Jorge "Se há alguém sem receber isso, é certo que tem que correr à Câmara” mas se a Câmara não encomendou obra nenhuma, mais diz que não pode pagar porque tinha que haver concurso público, ao que parece a encomenda foi feito sobre o joelho. Lá por ser carga a mais para a camioneta da Junta não quer dizer que se possa encomendar, e depois não pagar!!!
Quanto ás sepulturas o Sr. Disse: “Não vejo onde possa haver ilegalidade na venda de sepulturas. Há preço determinado e aprovado em Assembleia e a execução é um acto puramente administrativo homologado, espero, por, pelo menos, dois membros da Junta.” mas pelo que sei, e melhor que ninguém você pode responder a esta questão; Não é verdade que o nº de campas para venda tem de ser aprovados pela Assembleia de Freguesia??? Pelo que sei, foi aprovado a venda de 10 ou 12 sepulturas, mas que de facto as vendidas, já ultrapassaram pelo menos o dobro. Mais não será verdade que um elemento da Junta sem ordem de mais ninguém vendeu a um amigo do rancho que faleceu!!!! não sei, mas gostava de saber. Diga-se que nunca questionei o preço vendido, mas sim as quantidades.
Fica aqui a questão...

Anónimo disse...

ACHO BEM...

Anónimo disse...

O JORNAL DAS CALDAS DE S. JORGE

Anónimo disse...

tipo que terrinhas

Anónimo disse...

Pinto da Silva, ao jeito de esclarecimento:
Claro que não vou discutir quem deveria, ou não, candidatar-se. Legitimidade tem todo e qualquer cidadão no pleno uso dos seus direitos de cidadania.
Quanto aos tais 100 000 €. É evidente que quem encomendou o "sermão" ao empreiteiro foi a Câmara! A Junta a única coisa que faz, implora à Câmara que mande fazer o que lhe parece ser necessário. E nada mais do que isso. Quanto às sepulturas: Quando elabora um orçamento para apresentar ao deliberativo, a Junta inscreve na previsão de receitas xis euros em cedência de sepulturas. Não importa a quantidade, embora se sabendo o preço, sabe-se a quantidade. Se tiver sepulturas disponíveis e houver candidatos à compra que exceda o previsto e a Junta delibere vender, o que terá que fazer é, apresentar à Assembleia uma proposta de REVISÃO ORÇAMENTAL que comtemple aquele diferencial de receita.
A validação das cedências de sepulturas é um acto administrativo, pelo que, goste-se, ou não, dos elementos, a Junta tem poder e legitimidade para validar.
Mas... oxalá não aconteça a queda do executivo. É a minha opinião

Anónimo disse...

O Senhor Pinto da Silva
Já puxou a corroça atrás.
E fê-lo muito bem !
Porque não esteve calado!
A venda das sepulturas não é uma coisa assim tão grave!
É um acto puramente administrativo da responsabilidade do Senhor Presidente da Junta;
na sua ausência
O Senhor Vice-Presidente, Tesoureiro ou Secretário.
Mesmo qualquer um deles pode presumir licença e fazê-lo!
Era o que faltava se os falecidos que estão sobre terra tinham de esperar por uma
Assembleia de Freguesia lesma e retardada!
Sim vendam,
vendam bem
e arranjem mais!
Quanto às estradas asfaltadas... Elas estão lá!
O Senhor empreiteiro
está espera do dinheiro e tem direito!
O salário a quem trabalha!
O Senhor empreiteiro nem os trabalhadores não vêm buscar o asfalto!..
Muito simples.. só.
Chamem um técnico de medições, façam um auto de medição e mandem a conta à Câmara,
que mandará para o Governo Central e o Senhor Primeiro Ministro
manda passar um cheque!
Tão simples, como isto.
De resto, a todos boas Férias!
Senhor Administrador exclua no próximo domingo esta nota e todos os comentários!
Esta malta quer um jornal de graça e sem pagar!

Anónimo disse...

Pinto da Silva:

Não sei o significado que quer dar ao "puxou a carroça (é o que quereria escrever, acho) atrás. Nada disso. se é o que entendo.
Mantenho, sem remendo, a posição sobre cedência de sepulturas e sobre outros temas, nomeadamente a encomenda de pavimentações, ouvi informes desencontrados e ando a tentar esclarecer-me. Como foi, porquê e por quem. E do que porventura vier a saber que mereça a desdizimento, pois será o que farei.

Anónimo disse...

Muito Bem,
Senhor Pinto da Silva,
mas é capaz de ir dar à
Rua do Beco Sem Saída.
Pronto vá por mim
E sossegue!

Anónimo disse...

Este último comentário cheira-me a pastor.