terça-feira, 17 de julho de 2007

Vivendo a Semana Grande das Festas da Nossa Vila












Vivendo a Semana Grande das Festas
da Nossa Vila de Caldas de São Jorge
Homenageamos os mais antigos nossos Concidadãos.
Fica bem a gratidão em que tem um coração bom!
Assim louvamos e engrandecemos aqueles que estão pertinho de nós
E nem sempre paramos um instante para os saudar e com eles dialogar.

Assim peguei em mim mesmo,
Eram três da tarde…
Entrei na Rua do Herdeiro,
Cumprimentei de soslaio
a casa apalaçada da mesma Rua.
Enfiei-me calçada abaixo
em direcção ao Rio Uíma
nesta altura ainda farto de água.
Calquei as pedras da calçada
Tão bela,
Bonita
Bem arranjada.
A cada passo que dava
Me recordava
De quantos lavradores,
jornaleiros
Cabanões
e cabaneiros
A desciam e subiam.
Dos carros,
carrões
e carroças
Que a percorriam,
Dos bois mansos e pacatos
Que batiam em quaternário
os quatros cascos,
Acompanhados pelos sonoros
chiados
das rodas dos férreos aros,
embandeirados pelas molduras
dos chifres enfeitados
de vermelhos e corados laços.

E as pedras lá estão,
redondas, redondinhas
como quem diz:
Afaga-me com os teus pés descalços
e vais gostar das massagens que te dou
antes de entrar no banho refrescante
das águas correntias
e cristalinas do nosso Rio.

Cumprimentei o Rio
com pés e mãos acariciando as suas águas..
e disse:
Adeus !
Até à próxima!
Subi de regresso a calçada
e parei à porta 141
Vi e li.
Vi uma cara um rosto em pedra
Li um portal antigo datando 1669!
Bati à porta.
Recebeu-me um simpático, sábio
e inteligente ancião;
Exacto o Senhor António Domingos da Conceição!
Nascido a 16 de Janeiro de 1920.
Todo sorridente e lúcido as suas 87 Primaveras!
Vive só
desde que lhe faleceu a Esposa Elvira Henriques Pereira
com quem casara em Travanca Oliveira de Azeméis
em 7 de Fevereiro de 1959.
Foi Regedor durante 23 anos!
De 1952 a 1975!
O MFA e o PREC devem-lhe
a despromoção,
o ordenado, os subsídios,
a Reforma e o Laureado.De diálogo e conversação fácil e amiga
dá gosto falar.
Me disse que a calçada
Fora feia pelo seu avô António Bernardo da Conceição que era casado com Matgarida Alves da Silva da Casa do Engenho.

Mais ainda ma disse que a ponte a jusante
Do rio com a calcada foi feita duas vezes!
Porque caísse?
Não.
Porque a primeira era só para peões
E os bois atravessavam com carros pelo leito do Rio.
A segunda foi feita mais tarde ampliando a existente
Facultando a passagem dos carros de bois,
Luxo para os mesmos,
Que assim já se não molhavam e constipavam!
Os antigos eram mesmo amigos dos sus animais!
E desempenhou o cargo com sucesso e competência!
De referir que a casa apalaçada da Sé
Pertence à família.
Que tem brasão episcopal é de ver !
Que foi habitação de Bispo há que investigar!?

Me disse que a calçada
Fora feia pelo seu avô António Bernardo da Conceição
que era casado com Margarida Alves da Silva da Casa do Engenho.

A sua família é grande.
São oito irmãos.
Seis rapazes e duas raparigas.
Uma irmã que já faleceu em Rio Meão.

O irmão Alberto Carlos da Conceição
Nascido em 9 de Fevereiro de 1934
É sacerdote desde 23-12-1961
e conceituado Professor e
Pároco de Ferreira – a – Nova e Liceia
Da Figueira da Foz,
Diocese de Coimbra
De realçar ainda
Ser da Família do Famoso Sanjorgense
O Abade António Domingos da Conceição,
Pároco de Fornos e Guisande
( De quem já falei em anterior nota).
Está sepultado no Cemitério desta Vila e m sepultura da Família.
De referir que a casa apalaçada da Sé
Pertence à família.
Quem tem brasão episcopal é de ver !
Que foi habitação de Bispo há que investigar!?

Para finalizar esta minha nota
Que já vai longa, fiz duas perguntas ao meu prestigiado.
A primeira :
Há mais alegria, nas pessoas da nossa Terra, hoje ou antigamente ?
Resposta:
-- Sem dúvida nenhuma havia mais alegria antigamente.
Eram os campos, era a lavoura, os cantares, as danças..
As pessoas eram mais amigas.
Não havia ganância, vaidade
Mas sim humildade, solidariedade!

Acha que a Nossa Vila pode ser cidade7
- Comparativamente, sim!
Vejamos cidades: Fiães, Lourosa, Pinhel, etc.
Não têm mais do que nós!

Aqui fica esta nota Obrigado ao Senhor António Domingos da Conceição!
ATM

3 comentários:

Anónimo disse...

Interessantíssimo este "relato" de mais uma das suas viagens "cá dentro".

Um texto muito bonito e que retracta na perfeição a nostalgia que aquele lugar encerra (recordo-me do musgo que colhia dos muros velhos para o presépio de Natal, ou ainda das "histórias" dos seres que "diziam" existir lá pr'ós lados do Mourão)...

Mas essa história da cidade...
Não me parece.

Em todo o caso, parabens pelo contributo.

castro e silva

Anónimo disse...

Comenta Pinto da Silva:
Não vou analisar a componente literária da descrição da calçada do "Herdeira" uma das poucas relíquias da Calçada à Portuguesa ainda por aí existentes. Curiosamente, há bem poucas semanas, aquelas mesmas pedras luzidias e acariciadoras dos pés descalços tinham mais de meio metro de entulho por cima e ... foi menos visitada.
No que respeita ao "Sr. Regedor" como muitos ainda lhe chamam - o Sr. António Conceição - ele foi Regedor porque aceitou sê-lo - por sugestão, de resto, do seu antecessor - e ele e todos sabiam que não teria nem ordenado, nem subsidios, nem reforma nem qualquer outra espécie de laurel. Era, ao tempo, de grande estatuto social o ser-se Regedor.
Depois do 25 de Abril, a sua saída foi absolutamente oficiosa e esteve até 1975 por lentidão de procedimentos burocráticos, pois a Comissão Administrativa da Junta de Freguesia, tinha proposto a sua substituição já em 1974. E não foi por qualquer acinte que foi sugerida a substituição. Não foi chamado para o processo nem o MFA nem o PREC que tinham outras coisas com que se ocupar. Foi uma saida natural e que não deixou sequelas. Será por isso que ainda muitos de nós lhe chamamos o Sr. António Regedor.

Anónimo disse...

Ainda José Pinto da Silva:
Voltando à Calçada do Herdeiro, seria muito importante e, quem sabe, eficaz, que as pessoas influentes de S. Jorge (e não haverá muitas, infelizmente) contactassem por todas as vias o Sr. Vereador Emídio Sousa, ele que tem uma ligação um tanto afectiva à terra por ter sido atleta do Caldas de S. Jorge Sport Club, no sentido de que dê seguimento favorável e imediato ao pedido da Junta de Freguesia para que o fundo da Calçada (junto ao Rio)seja já calcetado. Sabe-se que ele
entende ser obra necessária, mas entenderá deixá-la para a altura da realização das vias pedonais nas margens. Isso, acho eu, via demorar ainda demasiado tempo e aqueles metros de pavimentação representam um pequeno passo para a Câmara (passo financeiro), mas serão um passo de gigante para a freguesia.