1 - Numa espécie de formulação de votos para obras em 2008, disse o vereador Emídio Sousa que a grande prioridade é o saneamento, “ mas há uma grande vontade de dinamizar a rede escolar”. Infelizmente nada ouvimos, ou lemos, nem de lá nem de cá, acerca do Centro Escolar de Caldas de S. Jorge, previsto na Carta Educativa. Eu iria jurar que o Centro de Caldas de S. Jorge é o mais fácil de iniciar. E os autarcas, os eleitos agora e os anteriores, sabem bem disso. Porquê não arranca? Lemos notícias do arranque breve de alguns outros. Porque fica o de Caldas de S. Jorge? Disse também que a “…rotura dos parceiros provocou um pequeno atraso no arranque da ampliação do Europarque”. As obras deveriam ter começado em Junho de 2007. Mas o mais importante será saber porque é que houve rotura dos parceiros e se o atraso foi e será assim tão pequeno. Quem substituirá o parceiro que deu as costas? Tinha 90 por cento.
2 – Dos milhentos acidentes de viação que têm acontecido a todo o tempo e muitos por todo o lado, com toda a procissão de feridos e mortos, as notícias avisam-nos de uma quantidade anormal de acidentes com veículos pesados de mercadorias em auto estradas, em IP e IC – estradas boas – e muitos a transportar líquidos perigosos. O tipo de sinistros noticiados indicia claramente excessos de velocidade (despistes e capotamentos), transgressões que têm que ser tratadas com mais severidade, pelos riscos agravados para todos. Os motoristas, ao que julgo, são obrigados a formação específica para transportarem matérias perigosas. Aliviem-se-lhes os pés. Nem que seja à força.
3 – O Procurador-Geral da República (PGR) deu a saber que iria tentar que as juntas de freguesia colaborassem na denúncia de maus tratos e todo o tipo de violências infligidas a idosos e incapacitados. Vinha na imprensa diária. Esta notícia interrogou-me se a generalidade das juntas de freguesia organizaram algum ficheiro donde constem os idosos da freguesia, o grupo etário (70, 75, 80, 85, 90 anos) com todas as informações sobre agregado familiar, nível de rendimentos (não é preciso ver a declaração de IRS), se integrado em família ou a viver só, que mobilidade tem ainda, se está apoiado por alguma instituição de solidariedade ou se depende de si e dos seus, se tem direito ao Complemento Solidário (a propósito, as juntas ajudam estes idosos a requerer esse Complemento?). Só organizadas assim é que as juntas poderão ser úteis ao Procurador-Geral. E outro tanto, em matéria de ficheiro, quanto aos beneficiários do RSI, quanto aos desempregados, etc. Às vezes é preciso saber esses dados para minorar desmandos.
4 –Vários casos foram noticiados de bebés que, por incapacidade das mães, ou de mães e pais, financeira ou afectiva, foram recebidos por famílias de acolhimento que as criaram, durante anos, e tudo lhes deram de amor, de afectos, de criação, enfim. Não acabaram por ser definitiva e oficialmente adoptadas por culpa da rigidez e, quiçá estupidez, da lei de adopção. Passados anos de vida como filhos, verdadeiramente como filhos, vêm as mães, ou mães e pais, reclamar o regresso das crianças que abandonaram e a quem deixaram de ligar, obrigando os realmente pais a largarem filhos que criaram como seus. Criar é amor e parir é dor, diz o povo. Não sei se é a lei que obriga a que tal aconteça ou se depende de decisão de um juiz ou juíza. Devem ter influência, porque há decisões que avançam e recuam em função do julgador e, sendo a lei a mesma, o recuo só pode ser por determinação das pessoas. Se é decisão de juiz ou juíza, não quereria nenhum deles a arbitrar um jogo do regional em que participasse a minha equipa.
5 – Passou-se na Câmara de Lisboa e vinha na imprensa. “Mais de uma vintena (de funcionários) nem ao trabalho se deu de pedir autorização para acumular o emprego (na Câmara) com actividade privada. Gente a pronunciar-se no (emprego) público sobre projectos seus no privado”. O entre aspas foi citado da imprensa. E quando, por todo o lado, em qualquer câmara perto de si, funcionários, enquanto no público, angariam clientes privados, invocando o facto de serem públicos e estarem lá, executam os projectos, promovem a celeridade na apreciação, ou apreciam mesmo, deferem sem mais ondas e depois ou fiscalizam a execução ou influenciam os fiscais? Aquela vintena de Lisboa bem pode perguntar: cadê os outros?
♦ José Pinto da Silva
In Terras da Feira Online.
3 comentários:
R. ao Ponto 1 :
Dizem que é uma espécie de executivo, mas eu não os vejo a fazer nada, claro que fico chateado.
Lembro-me, e não há muito tempo que era este um assunto dos candidatos á junta de freguesia, e agora acabada a corrida ao poder, esfumou-se toda a pujança em tempo de eleições.
Havia até terreno para este tipo de construção, mas o que me parece e deduzo, pelo texto mais uma vez oportuno do Sr. Pinto da Silva, é que o executivo actual não tem influencias e peso para fazer andar esta obra fundamental para a terra.
Será assim com todos os projectos importantes, e que trazem valor acrescentado á terra, ou vamos ficar pelas festas e romarias?
R. ao Ponto 3 :
Ai está uma medida que a concretizar-se nesses moldes seria muito útil á população local.
O que não acredito é que as juntas tenham essa capacidade, nem meios para fazer o levantamento desses dados.
Não posso deixar também de dar os parabéns aos nossos jovens, que muitas vezes fazem um trabalho muito aproximado, no que diz respeito aos valores humanos, desta proposta da PGR, muitas das vezes substituindo-se ás obrigações do estado.
Quanto ao ponto UM não sei se se trata de falta de influência ou se não houve ainda oportunidade de sensibilizar a Câmara para a real situação. O Presidente da Junta conhece o dono do terreno e é sabedor da posição de conversas com alguns possíveis intervenientes. Não inclusive se tem havido démarches no melhor sentido.
Quanto do ponto TRÊS as Juntas, todas, têm agora meios para recensear todos os idosos. Depois, com tempo vão colhendo elementos de cada um. Os jovens podem dar óptima colaboração na colheita de informações e mesmo o Centro de Dia poderá ajudar. E também a Paróquia é capaz de ter muitos elementos sobre muitos dos idosos.
José Pinto da Silva
Mas esta Junta dizia que para fazer esta obra não precisava da Câmara para nada.
Agora que faça...
Qual é a desculpa.
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