quarta-feira, 4 de março de 2009

A censura é... censurável!!!

Por uma questão de princípio, entendo que a “Censura é profundamente Censurável”.

Essa foi, estou certo, uma indesmentível condição que Abril nos proporcionou no já quase longínquo ano de 1974.

E nós sabemos quem e quais foram os baluartes dessa condição de liberdade a que nos fomos ambientando durante estas últimas três décadas. Basta conhecer um pouco da história deste nosso Portugal marítimo, republicano e laico.

Ponto final.

Por isso, se por um lado, não vemos com bons olhos qualquer pretensão em aniquilar representações menos seguidistas da nossa classe de dirigentes governamentais, como no caso de um dos carnavais realizados no continente português (penso que em Torres Vedras), ou ainda da apreensão de meia dúzia de livros que se encontravam à venda numa feira algures no nosso país, por outro lado, também não concebemos a institucionalização de tendências na área educativa, como parece estar a acontecer no caso que vos passarei a relatar.

Trata-se de um caso que, pelo que me disseram (e eu não tenho razões para duvidar da fonte), resvala para a mais profunda falta de... sentido de oportunidade (por respeito aos educandos).
Este é o caso de uma “professorazinha” de tenra idade que “lecciona” aulas teórico/práticas de política partidária na nossa Escola de Caldelas (vulgo Escola Nova).

Dizem as “más línguas” dos alunos da terceira ou quarta classe, esses pequenos “endiabrados” que falam verdades, que a dita “professorazinha” parodia quase diariamente o nosso Primeiro Ministro e os “Magalhães” que, a conta-gotas, cá vão chegando.

De facto, no meu tempo era diferente. No meu tempo, sou bem capaz de ter ouvido falar no navegador Fernão Magalhães e dos seus feitos na circum-navegação oceânica.

No meu tempo, aprendia a tabuada. No meu tempo, aprendia a ler. No meu tempo, fazia redacções sobre a Primavera.

Agora, pelos vistos, as coisas estão diferentes na nossa “velha” Escola Nova de Caldelas:
- o que está a dar são umas anedotas e umas galhofadas sobre o Sócrates logo à primeira hora da manhã.

Como disse em tempos, as correntes de opinião ou as diferentes sensibilidades fazem parte da história recente do nosso país e das nossas vidas. Isso é tremendamente salutar.

Mas, no caso em análise, não creio que a escola seja o local mais adequado para fazer infantis e escandalosas campanhas partidárias sob a égide de um “pequeno” canudo obtido algures na área da educação.

Começo a perceber o porquê de umas quantas manifestações que por esse país foram organizadas e muito participadas.

De facto, dos fracos não reza a história...

Até sempre.
(ando por aí...)

Post Scriptum: ESTE CASO NÃO ALTERA O PROFUNDO RESPEITO QUE TENHO PELA CLASSE DOS PROFESSORES NA SUA GENERALIDADE.


Atento73

13 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Atento 73


Tenho uma questão (para a qual até já sei a resposta) nunca disse uma graçola sobre um qualquer assunto no seu trabalho? É que por acaso também sou educador e tenho que lhe dizer que nos dias que correm é impossível, com algumas das medidas deste governo, não brincarmos com as situações que acontecem nas escolas. Isso de “fazer infantis e escandalosas campanhas partidárias” se calhar, são é formas de contornar situações discriminatórias, alheias aos professores, de uns receberem os tão desejados computadores e outros ficarem a ver navios. É bem melhor brincar, mesmo que seja criticando, do que termos situações de choro e revolta por não terem sido os felizes contemplados. Eu por vezes digo que os computadores, tal como o navegador que lhes cedeu o nome, antes de chegarem à escola têm que realizar a mesma viagem no mesmo tipo de barco e, como tal, ainda vão demorar uns meses.

Post Scriptum: Custa me dizer que em tempos identificava me com a sua cor Sr. Atento, mas que agora....aí como compreendo o Sr. Alegre.

Anónimo disse...

já há quem lhes chame Magalhães... "Lemos"...

J. P

Anónimo disse...

Sr. Atento,
No conteudo do seu texto é visivel, porque razão os professores não querem ser avaliados.
Porque se nessa escola, passam o dia a falar mal do sócrates, na pré a ver tv, o que demonstra a qualidade de ensino da nossa escola.

VIVA A AVALIAÇÃO.

Anónimo disse...

AS ESCOLAS DAS CALDAS ESTÃO ENTREGUES À AUTO-GESTÃO.

Anónimo disse...

Acredito que esta situação seja saturante para os professores, a necessidade de serem avaliados, contudo acho que devem passar por isso, não sei é se este será o melhor método.

Já agora, aproveitando o facto de se falar da nossa escola primária, (que também foi minha e onde anda agora o meu filho) permitam-me, deixar aqui o desabafo sobre a relação entre os diversos professores e o responsável local pela orientação destes 4 anos de escola.
Ando já a algum tempo a tentar perceber, porque razão as crianças são usadas nesta falta de entendimento dos professores. Falta de material rudimentar, como, papel para fotocopias,cartolinas,...etc, a impossibilidade de uma ou outra professora poder usar livremente a sala da fotocopiadora,... enfim, estaria aqui uns bons minutos a descrever situações que não são aceitáveis e que só dão a transparecer de que o Senhor que dirige esta escola não tem competências para tal, não posso admitir que o meu filho seja tratado de forma diferente e não tenha acesso ao mesmo material que as outras salas, só porque este não gosta da professora X ou Y. Não posso admitir, que na Festa de Natal nas instalações desta escola,
a turma do primeiro e segundo ano não tenham tido a colaboração dos professores extracurriculares para a elaboração das suas pequenas apresentações, e o que apresentaram foi porque à ultima da hora as professoras em causa se dedicaram a fazer algo para que as crianças que não têm culpa não ficassem sem festa.
Não compreendo também, o porquê das auxiliares(continuas) parecerem como espias e informadoras deste Senhor. Fazendo como que uma perseguição às professoras em causa e por vezes aos seus alunos.(onde está o meu filho).
Este Senhor que se intitula de responsável pelas 4 turmas, de responsável não tem muito. Quero acrescentar que as crianças do ano em causa gostam imenso da professora, é das turmas melhor preparadas e com mais disciplina desta escola.
A Associação de Pais, que sabe de tudo isto, fica paralisada, com medo de represálias para com os seus filhos.É incompreensível.

Estou a ficar farto de tudo isto, inclusivé a pensar fazer uma exposição do que aqui se passa, quer ao Agrupamento, quer à Câmara, na pessoa do Vereador responsável.

Entendo por agora não revelar o meu nome, mas caso nada se faça no sentido de resolução deste problema, não terei qualquer problema em me identificar.

Anónimo disse...

Quer o "post" quer pelo menos um comentário levaram-me a que também deixe o meu ponto de vista.
Quanto à distribuição do "Magalhães" às pinguinhas, também acho e já expressei por escrito noutro suporte, que não terá sido de boa política. Sabe-se que as crianças não comtempladas, ao verem os seus colegas a receber, sentem-se "castigadas". Mesmo propagandisticamente, teria sido melhor fabricá-los todos (serão perto de 500 000) e saía depois a grande sessão de entrega simultânea por todo o país. Optaram por outro caminho.
Que a tal "professorazinha", jovem mas, de certo já adulta, tivesse um dia atirado um dichote a propósito, até vá lá, agora ser dichote curricular e de presença diária, é muito mau e aconselharei essa senhora, ou outra coisa, a ir soltar as suas amarguras para as manifestações, que as há permanentemente, para as greves, para as rodas de mãos dadas, o que seja. Sabe-se o que a trará amargurada, a ela e a outros que dizem que querem ser avaliados, só não querem o modelo. Querem avaliar-se a si mesmo e já se está a ver a classificação que se atribuiriam. Repararam que agora são os funcionários judiciais que também não querem? Andaram calados que nem ratos enquanto o problema era com os professores. Logo... que vá à ... manifestação para soltar o seu furor piadético contra o Magalhães e contra o Sócrates.
Referindo-me só ao comentário que encerra que alguma nostalgia pelo
Alegre, aconselho o comentador a pesquisar a actuação desse senhor, no partido, no parlamento e fora. Comparar o que aconteceu à Joana Amaral Dias que cometeu uma enorme~
falha (tem significado, claro) de apoiar Mário Soares e não Louçã e foi arrumada da dirigência partidária onde estava há anos. E ao Sá Fernandes que, porque achou que devia subscrever um ponto de vista do Presidente da Câmara, discordando do Sr. Louçã, foi pura e simplemente arrumado e rescindido um acordo que havia sido celebrado entre partidos. Assim sendo e tendo-se Alegre candidatado contra o candidato oficial do "seu" partido, tendo por diversas vezes votado contra projectos do "seu" partido e a favor de projectos de partidos opositores (uma vez colocou em causa a governabilidade - foi exactamente a quando do caso da Avaliação dos professores ) tendo participado em eventos apoiando iniciativas da extrema esquerda, tem o topete de se manter como deputado eleito pelo "seu" partido" e tem o topete de se manter a Vice-Presidente do Parlamento onde está porque o "seu" partido o indigitou e nele votou para o efeito.
Onde a complacência e a tolerância?
Porque não foi ao congresso defender os seus pontos de vista, debater as suas ideias (que não tem de facto).

José Pinto da Silva
Ah! àcerca do Director da escola nº. 1 também já ouvi de tudo (nada elogioso), mas não conheço o Senhor, pelo que ... me abstenho.
Não por medo, claro.

Anónimo disse...

Acho muito injustos os comentários tecidos a esta professora que tem desenvolvido um trabalho notável.

Anónimo disse...

A todos os meus cumprimentos.
Gostei do post e, a ser verdadeira a história ou caso relatado, é um caso sério, o mesmo que será dizer que alguém deverá tomar as devidas providencias...
Gostei também em especial do comentário do Sr José Pinto da Silva, que denota um enorme descernimento.
É bom haver este tipo de discussão cá no blog, uma discussão de nivel.

Quanto ao Alegre, realmente era bom haver limitaç~´ao de mandatos de deputados.

Anónimo disse...

Já agora quem é o director da escola?
Podem informar-me?

Anónimo disse...

Não é de hoje nem de ontem o que se passa naquela escola, e diga-se que não é só naquela escola, existe mais casos na freguesia mas que o agrupamento de Fiães teima em "abafar". A srª que fala em expor o problema ao agrupamento não se canse, olhe que são todos professores, a superior do dito professor, também já cá foi professora , sua amiga de "peito" acha que terá resultados??, como já ouvi em tempos a solução não passa pelo agrupamento mas sim ir directo à direcção geral de educação do norte. Ainda não cheguei a essa escola, mas lá chegarei, e se a situação se mantiver é certo que não me vou calar.

Anónimo disse...

Estourou a polémica, por acaso já tinha pensado que este seria uma bom caso a ser discutido no blog, visto ninguém conseguir controlar a situação da escola pois o Sr. Professor parece que é o Rei e Senhor e quer mandar em tudo, só ainda não percebi é porque é que os pais não se junta e fazem queixa dele. É por represálias, Acham que se forem muitos ele vai castigar os vossos filhos? Tornem o caso público que vão ver se ele se atreve a fazer alguma coisa

Anónimo disse...

É com muita pena que vejo enchovalhado o nome e a dignidade dos professores por pessoas que nem sequer sabem do que estão a falar e se baseiam no "disse-que-disse". Por acaso tentaram confirmar se o que o tal Des(Atento)73 disse é verdade? Ou basearam-se em boatos ouvidos aqui e ali? Coloquem a mão na consciência antes de atirar pedras aos outros.

Anónimo disse...

Agora todos tem a mania que são professores e os que verdadeiramente o são, para os papás de filhinhos mimados e sem educação, não o são.É certo que bons e maus profissionais existem em todo o lado e como tal, também na educação, mas façam o vosso trabalho primeiro, educar os filhos e de certeza que na escola as coisas correram melhor. Se continuar esta politica de despejo dos filhos na escola isto ainda vai ficar pior (atenção que o temo poitica não é em relação aos governantes é aos pais.É que se não o proximo comentário era do defensor oficial do PS cá da zona).