quinta-feira, 19 de março de 2009

Crise em Santa Maria da Feira...

A CDU de Santa Maria da Feira alertou para o aumento, entre Dezembro de 2008 e Janeiro de 2009, de 6283 para 6860 inscritos no centro de emprego.
«O Grupo Amorim, apesar do lucro de 6,15 milhões da Corticeira Amorim e de vendas do grupo que superaram os 468 milhões de euros, quer despedir 193 trabalhadores - mesmo tendo assinado dois contratos de investimento com o Estado português onde se compromete, num deles, a criar 17 postos de trabalho e a manter os 390 existentes até 2013, e noutro, assinado também com a Amorim e Irmãos, a criar 30 postos de trabalho e a manter os 1293 existentes, até 2012», recordam os eleitos do PCP.
A Ecco recebeu do Estado mais de quatro milhões de euros, depois de mandar embora 369 trabalhadores. Agora quer despedir mais 180. Também a Facol, depois de uma lay-off em que as trabalhadoras estiveram sem receber mais de oito meses, entrou novamente lay-off em Fevereiro, com dois meses de salários em atraso e tendo apenas pago 10 por cento do subsídio de Natal. De igual forma, o Grupo Subercor pretende despedir cerca de 300 trabalhadores.

3 comentários:

Casa do Povo São Roque do Faial disse...

Parabens a todos os Pais...

Anónimo disse...

A crise não é só em Santa Maria da Feira. Aliás, existem estudos que comprovam que a região do país que mais afectada (em termos de desemprego) ficou com a actual crise financeira, foi a do Vale do Ave. Por isso o problema é nacional, e mais preocupante que isso internacional.
Contudo, e sem querer tomar qualquer tipo de ideologia politica, parte dos despedimentos são causados pela legislação implementada pelo actual governo.
Passo a explicar: as empresas que actualmente estão em dificuldade financeiras, não podem ter défices perante as finanças nem a segurança social. Assim que a empresa entre numa crise financeira os seus responsaveis, têm de imediato que acionar o CIRE (Código de Insolvencia e Recuperação de Empresas), no qual declaram que a empresa está em situação de insolvência e pedem a mesma. Nos dias de hoje, só em casos muito excepcionais, é decretada por via judicial uma re-estruturação da empresa, permitindo a sua viabilidade.
Durante todo este processo, as dívidas perante a Segurança Social e as finanças têm que ser honradas, para isso tendo os trabalhadores, os fornecedores e os outros credores que esperarem ou no limite ficarem sem o dinheiro.
Os Responsaveis que mesmo em situação de crise financeira ou na eminência duma, decidam arriscar, não acionando o CIRE, e não paguem às duas entidades acima referidas, na esperança de que ao pagarem aos trabalhadores consiguirem manter a fabrica aberta, e fazerem algum dinheiro com as vendas, dando esse mesmo para horrar os compromissos com as entidades estatais, apanham pena de prisão, no caso do processo acima não resultar e a empresa acabar por falir.
Tendo em conta que 6,15 milhões de euros é uma quantia demasiado baixa para um grupo da dimensão do Grupo Amorim, é natural que os seus responsáveis, receando que a situação piore ainda mais em termos conjunturais, decidam desempregar cerca de 200 pessoas. Mante-las empregadas, poderia no limite, implicar o atraso no pagamentos de salários, atraso no pagamento a fornecedores, consequente redução da produção, no limite até zero; aplicação do CIRE, e consequente insolvência do grupo.
A titulo de conclusão, a decisão em despedir cerca de 200 pessoas de uma só vez, é revoltante, mas dada a conjuntura actual e a legislação em vigor, não é abusivo ver essa decisão como uma forma de manter o grupo solvente, continuando a empregar os trabalhadores que não foram despedidos. Alem de que como é compreensível, nenhum responsavel de qualquer grupo economico está disposto arriscar pena de prisão, em vez de desempregar os trabalhadores. Talvez uma legislação, mais flexível sobre as insolvencias, permitisse uma significativa redução do número de desempregados, mesmo tendo em conta a situação economica actual.

C.S.

Anónimo disse...

A crise não é só em Santa Maria da Feira. Aliás, existem estudos que comprovam que a região do país que mais afectada (em termos de desemprego) ficou com a actual crise financeira, foi a do Vale do Ave. Por isso o problema é nacional, e mais preocupante que isso internacional.
Contudo, e sem querer tomar qualquer tipo de ideologia politica, parte dos despedimentos são causados pela legislação implementada pelo actual governo.
Passo a explicar: as empresas que actualmente estão em dificuldade financeiras, não podem ter défices perante as finanças nem a segurança social. Assim que a empresa entre numa crise financeira os seus responsaveis, têm de imediato que acionar o CIRE (Código de Insolvencia e Recuperação de Empresas), no qual declaram que a empresa está em situação de insolvência e pedem a mesma. Nos dias de hoje, só em casos muito excepcionais, é decretada por via judicial uma re-estruturação da empresa, permitindo a sua viabilidade.
Durante todo este processo, as dívidas perante a Segurança Social e as finanças têm que ser honradas, para isso tendo os trabalhadores, os fornecedores e os outros credores que esperarem ou no limite ficarem sem o dinheiro.
Os Responsaveis que mesmo em situação de crise financeira ou na eminência duma, decidam arriscar, não acionando o CIRE, e não paguem às duas entidades acima referidas, na esperança de que ao pagarem aos trabalhadores consiguirem manter a fabrica aberta, e fazerem algum dinheiro com as vendas, dando esse mesmo para horrar os compromissos com as entidades estatais, apanham pena de prisão, no caso do processo acima não resultar e a empresa acabar por falir.
Tendo em conta que 6,15 milhões de euros é uma quantia demasiado baixa para um grupo da dimensão do Grupo Amorim, é natural que os seus responsáveis, receando que a situação piore ainda mais em termos conjunturais, decidam desempregar cerca de 200 pessoas. Mante-las empregadas, poderia no limite, implicar o atraso no pagamentos de salários, atraso no pagamento a fornecedores, consequente redução da produção, no limite até zero; aplicação do CIRE, e consequente insolvência do grupo.
A titulo de conclusão, a decisão em despedir cerca de 200 pessoas de uma só vez, é revoltante, mas dada a conjuntura actual e a legislação em vigor, não é abusivo ver essa decisão como uma forma de manter o grupo solvente, continuando a empregar os trabalhadores que não foram despedidos. Alem de que como é compreensível, nenhum responsavel de qualquer grupo economico está disposto arriscar pena de prisão, em vez de desempregar os trabalhadores. Talvez uma legislação, mais flexível sobre as insolvencias, permitisse uma significativa redução do número de desempregados, mesmo tendo em conta a situação economica actual.

C.S.