sábado, 1 de agosto de 2009

CORREIO DE LEITORES

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OLA ! DE NEUCHATEL ! A NOSSA VILA TERMAL !

HISTORIA DE UM MENINO ORFAO !

SEGREDOS DA MINHA INFANCIA !

PRIMEIRA PARTE !

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Albano e Maria ! tempos de namöro e de sönho , 1950 .

Albano de Arcozelo ! conheceu Maria de Casaldoido ! pela primeira vez em frente au cafè das Caldas , que era o cafè do Sr. Amèrico .

Começaram a namorar , como todos namorados na flor da idade , cheios de felecidade .

Passeando e devertindo-se pelas festas , com o rancho as florinhas , desfolhadas e leilöes da terra , au som de um acordeäo , etc .

Nesses tempos pobres , as pessöas procuravam emigrar , para melhorarem suas vidas .

Deixando com muito custo suas familias , amigos e sua terra .

Indo por esse mundo fora com coragem e as làgrimas na cara , para terra desconhecida .

Seu Pai Albano tinha emigrado para o Brasil , em fins de Janeiro de mil novecentos e cinquenta e dois .

Maria näo queria o seu namorado longe , pedindo-lhe para ele näo ir para o Brasil , se fösse nunca mais o voltava a ver , nunca pensando , que tudo se tornaria realidade .

Sua futura espösa Maria em Portugal , tinha preparado um belo enxoval para o casamento .

Mas entretanto soube , que estava gràvida , estando seu namorado longe .

Com medo de seus Pais e familia , mandou chamar sua futura cunhada Alice de Arcozelo , contando-lhe e pedindo-lhe segredo , que estava gràvida .

Pois nessa altura uma möça , que fica-se desonrada ou gràvida , tinha muitos problemas com a sua propia familia .

Algumas chegaram mesmo a matarem-se com o desgösto , por terem sido enganadas pelos seus namorados , etc .

Alice là foi de Casaldoido atè äo Pinheiro , dando a noticia à sua Mae , escrevendo a seu irmäo Albano dando-lhe a noticia , que sua namorada se encontrava gràvida .

O Albano sabendo ficou muito feliz e preocupado ao mesmo tempo , enviando procuraçäo para sua Mae Adelina , cumprindo com seu dever , falando com o seu amigo Adriano Marcela, para o representar no casamento .

Casando-se por procuraçäo na Igreja de S. Jorge , ficando muito triste por näo aparecer ninguèm da sua familia , de Casaldoido .

Pedindo a seu marido Albano , que a leva-se para o Brasil , pois sentia uma certa vergönha pelo seu marido estar longe e andar gràvida .

Sabendo se fösse para o Brasil agora , na terra ninguem dava por nada .

Seu marido lhe dizia para a confortar , irei de fèrias em breve e tu viràs comigo .

Mas o Albano estava a princiar sua vida no Brasil , com muita dificuldade , pois tinha chegado nesse mesmo ano .

Alugando um quarto a uns primos , que tinha là em Santos , Brasil .

Tendo como companhia colegas da terra , o Refino do Candal marido da Sra. Luiza e Alberto do Candal marido da Sra. Beatiz etc.

Maria começou a preparar o enxovàl para seu filho , com muito amör e carinho , pois ia ser Mae e muito feliz .

Para quando o filho nascer , ir para o Brasil e näo lhe faltar nada .

Sendo uma böa modista ,tinha preparado vàrias coisas para seu querido filho , muito feliz e cheia de felicidade .

Um lindo carrinho de bèbe , uma linda veste de batizado , lindas toalhas bordadas , vàrias roupas , um lindo album de fotografias bordado etc , tudo feito por sua mäo .

Escrevendo e pedindo a seu marido , que a leva-se para o Brasil .

Maria estava muito feliz e cheia de felecidade , por se ter casado e andar gràvida , esperando um dia dar à luz , e assim ser Mae .

Escrevendo sempre a seu marido , que a levà-se para o Brasil para junto dele , pois sentia-se so , e com muitas saudades , sem o seu amor e carinho, sentindo muito sua falta .

Os dois sofriam com a separaçäo , ansiosos e sonhando com o dia de se juntarem de növo .

A familia näo andava contente com o sucedido , sentiam uma certa vergönha nessa època .

Pois era uma època muito diferente de höje , havia muito mais respeito pelas familias , e näo se toleravam certas coisas , como referi em cima .

Maria sentia-se so , sem seu marido , casando por procuraçäo e ficando gràvida , tudo lhe caiu em cima .

Problemas com sua familia e com seu marido , que näo a chamava para o Brasil .

O Albano confortava-a dizendo , quando tiveres o menino veem os dois para cà .

Começou a ficar doente com tanta responsabilidade , começando a comer mal , apanhando uma doença no sangue , que mais tarde lhe ia ser fatal .

Mas era nessa altura , que Maria precisava mais de ajuda , do apoio do seu marido e restante familia , moralmente e fisicamente .

Continuando a sofrer sozinha , näo percebendo bem , porque lhe corria tudo mal .

Chegando o dia de dar à luz , näo podendo decidir ela , se queria ir para um hospital, ou ficar em casa , pois eram seus Pais , que mandavam .

Sofrendo com döres do parto , tendo ela uma doença no sangue , näo a levaram para o hospital .

Foram chamar uma parteira à Ponta Chä do Magalhäes , que lhe prestou assistencia ,

mas vendo a Maria a escorrer em sangue , pediu à sua familia para chamarem o Mèdico com urgencia , pois Maria encontrava-se muito mal .

Que là veio de Fiäes atè Casaldoido dando-lhe uma injeçäo , que näo valeu de nada , pois Maria jà estava no fim de vida .

Porque näo a levaram para o hospital , porque näo se chamou o Mèdico antes , sabendo a familia , que ela näo andava nada bem , tendo problemas de saude , estando muito fraquinha ,pois comia muito mal .

Säo coisas do diabo , que por vezes acontecem sem sabermos porque razäo .

Pois è Deus , que decedi sem nos dar uma explicaçäo , e por muito que nos custe , temos de nos conformar com nossa sorte , e rezar pela sua alma .

Faleceu no dia , que esperava ver , abraçar , e beijar seu querido filho , seria o dia mais feliz da sua vida , tendo um filho seu e sendo Mae .

Seu Pai escreveu a sua Mäe pedindo-lhe , que trata-se do funeral , paga-se todas despesas , e compra-se terra para a sepultar , sendo sepultada no jazigo da familia de Arcozelo .

Mais tarde sua Avo de Casaldoido , comprou terra no cemitèrio , pedeu para a mudar para o seu jazigo .

Uma decisäo , que competia a seu Pai e Filho decidirem , mas estando seu Pai longe e o Filho ainda muito pequeno , outros decidiram por eles .

Chegando algumas pessöas de Arcozelo a dizer , que ela nunca chegara a ser mudada , contrariando essa tese .

O coveiro Manuel do Grilo da Cavadinha, faleceu ainda eu era pequeno , e assim näo lhe posso perguntar , e confirmar se mudou ou näo .

Ficam as duvidas no ar , mas minha Avo de Casaldoido confirmou , que tinha sido verdade .

Näo à outro amör como o amör de Mäe , um amör verdadeiro e döce como o mel .

Falecendo na tenra idade , quando se tem mais gösto pela vida ,e töda a gente espera ser feliz.

Sua Avo Materna Maria lhe deu tödas coisas , que pertenciam a sua Mae na sua maior idade , quando seu neto Albano foi para là viver algum tempo em Casaldoido , ela ficou muito feliz por te-lo a seu lado , como se fösse sua propia filha .

E com muito carinho e saudade , que guardo tödas essas lembranças , que para mim säo sagradas , como se fösse a minha propia Mäe , sempre que posso olho para elas , passando as minhas mäos , beijando essas coisas feitas por minha querida Mäe .

Tendo sua Mae falecido do parto ,em vinte e oito de outubro , de mil novecentos e cinquenta e dois .

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Nossa Senhora e Menino Jesus !

Que Deus a tenha em eterno descanso !

E me ajude na minha cruz !

O menino nasceu em casa de sua Avo materna em Casaldoido S. Jorge , fruto de um amor impossivel e enfeliz , derivado à sua morte .

Mas logo começaram as guerras entre familias , pela posse do menino orfao , pois sua Mäe tinha falecido e seu Pai encontrava-se longe no Brasil .

Por causa dele chegou-se a ir , äo Sr. Ademistradör à Vila , äo Regedör as Caldas , à Guarda a Lourosa , a Tribunal à Vila .

Seu Pai longe no Brasil preocupado com o falecimento de sua espösa , so pensava no melhor para o futuro de seu filho .

O menino pequenino sem nada poder decidir , logo começou andar de um lado para outro , como se fosse um cesto de roupa .

Sua Tia Alice do Pinheiro , tendo ido là ver o menino a Casaldoido , pediu se podia levà-lo uns dias , para mostrà-lo a sua Mae Adelina , que tinha um problema numa perna , e näo andava là muito bem com o sucedido .

O consentimento foi dado , e o menino là foi de viagem de Casaldoido atè Arcozelo e Pinheiro , todos ficaram muito felizes com sua chegada .

Passaram-se uns dias , e o menino nunca mais voltava a Casaldoido, começaram afligir-se , estaria ele doente ! suas Tias là foram de Casaldoido a pè atè Arcozelo , para saberem novidades e a causa de tanta demora .

Chegaram ao Pinheiro um pouco cansadas por terem sobido de Casaldoido äo Calvàrio , pediram o menino com muito carinho , mas a familia de Arcozelo näo o entregou .

Dizendo que o menino pertencia a seu Pai e à familia de Arcozelo , do Pinheiro .

Começaram os problemas , e o menino sem poder decidir , se queria ficar ou nao .

Deixando esse encargo às familias de Arcozelo e Casaldoido .

Começaram a discutir sua posse , portaram-se como crianças , atirando pedras umas às outras. A familia de Arcozelo, escorraçando suas Tias de Casaldoido , do Pinheiro atè äo Calvàrio .

As Tias Clarinda e Arminda là foram a chorar com saudades do menino , do Calvàrio atè Casaldoido , contando a sua Mae o sucedido .

Sua Avo Maria muito triste por ter perdido sua Filha , queria a posse do menino para ficar no lugar da filha , assim esquecer a dör e sofrimento , que tanto sentia .

Que tambèm tinham direito ao menino , pensaram logo em ir à Guarda a lourosa , e Regedör ,às Caldas .

Escrevendo a seu Pai , pedindo o menino dizendo , que nao lhe davam nada do enxoval , se o menino fica-se em Arcozelo .

Promessa, que foi cumprida , atè o seu neto ser de maior idade .

O Albano là longe no Brasil , ia recebendo noticias de um lado e do outro , sem compreender bem o que se passava .

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A Mäe e seu Filho !

O amor de Mae è muito bom e lindo !

Porque è um amor verdadeiro !

O amor conquista tudo !

Onde as feridas nunca curam !

Meus filhos sende pacientes e humildes !

Querendo agradar a todos escrevendo a uns e outros , quando chega-se de fèrias , resolvia tödos esses problemas .

Perguntando a sua Mae como sempre , se encontrava bem de saude , pelo seu filho , irmäos e sobrinhos quando escrevia , que em breve viria a Portugal, para ver e abraçar töda a familia .

Preocupado com o futuro de seu filho , que tanto amava , chorando o falecimento de sua espösa , que jà näo a via depois de ter emigrado e ainda solteiro .

Logo propondo às duas familias , que o menino fica-se um meses em cada lado .

As familas nao se entendenram , o menino ficou em Arcozelo com sua Avo Paterna Adelina , a pedido de seu Pai .

Avo jà tinha uma certa idade , e pouca paciencia para aturar meninos .

Mas là foi criando o menino , comprando-lhe o leite à Ascençao do Melo , pagando a uma criada para a ajudar nos trabalhos de casa , que se chamava Alice do Candal .

Com quem eu me dava bem , e escutava com atençäo , quando ela me contava coisas da minha infäncia , mas emigrou e höje encontra-se em França .

Chegando mesmo sua Tia Alice da-lhe do seu propio leite , que dava a um filho seu o Benjamim , que tinha nascido um mes antes .

Talvez pode ter sido por isso , que seu Pai pediu para ele ficar em Arcozelo , com sua Avo Adelina .

Nesse tempo tödas as Mäes davam do seu leite äos seus filhos , alèm desse so havia de vaca , näo havia nas farmàcias .

Entäo seu Pai pediu a sua Mae Adelina se lhe criava o menino , que ajudava nas despesas , como ela se encontrava sozinha , assim jà ficava com companhia .

Foi Batizado na Paroquia de Caldas de S. Jorge , pelo Sr. Padre Antonio Correia Pinto Magalhäes , levando uma linda veste branca bordado por sua Mäe , feito com muito carinho para o seu menino .

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Tia Clarinda e Albano ! 1952 .

Com linda veste de Batizado .

Em Casaldoido .

Tendo ficado como Padrinhos , seu Tio Dr. Joaquim D. A. Gomes e sua Avo Adelina J. de Jesus .

O menino foi crescendo e ajudando sua Avo Adelina , que por ter uma certa idade , era um pouco dura com ele , mas isso era natural .

Mas o menino pensando , que ela era sua verdadeira Mae , ajudava no que podia com muito amör e carinho .

Muito cedo começou a rezar o terço com sua Avo , sentando-se no seu banquinho de madeira ,feito pelo Sr. Refino do Candal , marido da Sra. Sepriana .

A luz de um candeeiro de petroleo e à luz da fogueira , pois nesse tempo näo tinham luz electrica em casa .

Indo buscar àgua ao chafariz com um balde, pois sua Avo nao tinha poço com àgua .

Cortando a erva , para coelhos , galinhas , ovelhas , porco etc .

As pinhas e moliço para acender o lume , para se cozinhar à fogueira , äo mato do Albertino e do Capitäo .

Ao mato para fazer as camas , äo porco , às ovelhas , coelhos , e galinhas , etc.

Ajudando as jornaleiras no campo , e assim aprendendo com elas , trabalhos para o futuro .

Comendo suas belas merendas juntamente com as jornaleiras , feitas por sua Avo Adelina , que era batatas cozidas com peixe , azeitönas pretas , päo de bröa , e vinho Americano , etc .

Na sua quintinha do Pinheiro por vezes sentava-se , vendo os passarinhos fazendo os ninhos , os bordelhöes e ceresinas nas ramadas , os pedreirinhos nas paredes , os melros nos silvados , os chascos nos combros , as poupas nos telhados , etc.

Tratando jà dos coelhos e galinhas , ajudando sua Avo , como se fosse um homem grande .

Tendo muita qualidade de fruteiras , umas plantadas por seu Avö , outras pelo seu Pai .

Era com muito orgulho , que sua Avo lhe falava das coisas antigas , ensinando-lhe os verdadeiros valöres da vida .

Nesse tempo a palavra de um homem tinha muito valör , as pessöas tinham mais respeito , pela sua familia e vizinhos .

Conviviam e ajudavam-se muito mais , preocupavam-se com os problemas dos outros , havia mais sinceridade .

De verao havia muita fruta , que ele ia buscar para sua Avo atrepando às arvores , sentando-se por vezes numa ranca , a saborear as maças de S. Joäo , que ele adorava tanto .

Outras vezes sentava-se a comer à sombra dos diospireiros , là adormecia sonhando com suas historias .

Com a fruta fazia-se compota ! de marmelada , maçä , pera , etc , para se comer durante todo o inverno .

Ajudando apanhar o vinho e seus bagos juntamente com as jornaleiras , para serem pisados , e assim termos vinho doce e vinho para todo o ano .

Sameando o milho , as batatas e feijäo etc , com ajuda das jornaleiras , e os bois do Sr. Antonio do pego .

Criando seu porquinho , que sua Avo comprava todos os anos com carinho , para sua Avo pedir äo Melo para o matar pelo Natal , com uma grande faca , que lhe metia muito medo .

Para ele era um dos dias mais infelizes da sua vida , com tanto barulho em casa , e ouvindo o porco a chorar por estar a sofrer , chorando juntamente com ele .

Nesse dia ficava muito revoltado com sua Avo , por querer matar o porquinho , que dava tanto trabalho a criar , que tratava com muito carinho pois gostava muito dele , para ele o porco e os restantes animais eram como se fossem sua familia .

Sofria e chorava muito äo ver as pessöas e sua Avo , matarem seus propios animais , que criava com muito amör e trabalho .

Sua Avo vendo o menino triste e a chorar , respondia –lhe tem que ser , pois precisa-mos de carne para todo o ano , caso contrario morremos à fome .

O menino respondia , Mäezinha podemos comprar a carne no tailho das Caldas .

Ela dizia näo podemos , porque là a carne è muito cara , se criar-mos os animais em casa , fica tudo mais barato .

E o menino là ia chorar para o palheiro , muito triste näo querendo ver ningèm nesse dia , revoltado com toda a gente , sofrendo por ir perder um dos seus amigos .

Mas passados alguns dias esquecia-se do sucedido , pois sua Avo dizia-lhe , que ia comprar um pequenino porquinho .

Tratando de arranjar uma nova cama com mato e palha , para acolher seu novo porquinho ,que mais uma vez ia cria-lo com muito carinho , que sua Avo comprava todos os anos , äo Armènio de Souto Redöndo .

Para esquecer brincava com seu gato , que era preto e branco , tinha por hàbito saltar à mesa e comer o bacalhau e carapau .

Sua Avo dizia isto näo pode continuar , näo podemos deixar nada em cima da mesa , pedindo a seus netos para o caçar , metende-o dentro de um saco .

Que mais tarde sua Avo mandou afogà-lo na presa do Candal , arranjando um outro para seu lugar , que tinha mais juizo preferindo comer mais ratos , que bacalhau .

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O menino mamando o leitinho !

Ao lado do seu banquinho de madeira !

Encostado à sua mesa olhando para sua familia muito inocente .

De vez enquanto là dava uma fujida ao Pinheiro , para jogar ao peäo com seus colegas .

Escutando as conversas dos mais velhos , novidades da terra e contos do bocais , etc .

Com um certo receio pelos rapazes grandes , que por vezes falavam das suas namoradas , faziam-lhe a vida cara , dando-lhe um pontapè no traseiro , indo a chorar atè casa .

Sua Avo näo ligava nada , dizendo säo coisas de criança , para outra vez fica em casa , e assim jà näo apanhas .

Quando adoecia com forte gripe , là chamavam o Dr. Carlos , que receitava umas injeçöes de penencelina , que iam buscar à farmàcia , nos chamava-mos injeçöes de cavalo .

Sua Avo lhe dava , espetando agulha profunda atè äo osso , fazendo-lhe estremer o coraçäo .

Começando a chorar cheio de medo , dizendo para sua Avo , que näo levava mais nenhuma .

Nessa altura sua Avo matava o melhor franguinho caseiro , para fazer a maravilhosa canja de galinha , que ele comia äo meio dia e à noite , para o menino recuperar depressa .

Perguntava a sua Avo , se ainda tinha de comer canja de galinha por muito tempo .

Dando-lhe o comer na böca , pois o apetite era pouco ou nada , e o menino com a garganta inflamada chorava muito com as döres .

Anda là come devagarinho para recuperares depressa , o menino respondia , Mäezinha näo passa nada à garganta .

Mas o menino recompunha-se depressa , com as injeçöes e söpa de galinha .

Chegando a ir com sua Avo de carro as Termas as Caldas , que ela alugava quando ia là fazer seus tratamentos au rumatismo .

E mesmo chegando ir a Espinho às praias , um pouco contrariado, pois tinha de ir para casa de familia , que para ele era desconhecida .

Durante o dia sua Avo alugava uma barraca , e o menino là andava na areia brincando com outras crianças , por vezes uma semana ou quinze dias , là voltavam Arcozelo , para tratarem de suas vidas .

Ao sabado à noite tomava um grande banho , numa grande bacia azul com àgua do chafariz , aquecida à fogueira , que parecia uma grande piscina , para no domingo de manhä estarmos bem dispostos , vestir-mos o nosso melhor fato , para irmos tödos juntos à missa .

E assim para nos , o domingo era dia de festa , dia de liberdade para irmos todos para o Pinheiro , para as nossas brincadeiras de criança .

Aos domingos sua Avo lhe dava uns tostöes , que lhe prometia durante a semana se ele se porta-se bem , para ir äo Pinheiro comprar à Sra. Maria do Artur do Costeiro e Sra. Adelaide do Pinheiro , uma chupa e rigueifa döce e alguns tramoços , que eram curados no rego do Candal .

Sentava-mos em frente à porta de vidro , numas cadeiras de madeira , olhando em frente para o Pinheiro , vendo as crianças a brincarem e a falarem .

Passando um e outro là iamos conversando e comendo nossos tramoços durante a tarde , assim passando o tempo conversando e num instante vinha a noite .

Seu Pai continuava a escrever para sua Avo , preocupando-se com o menino , se estava tudo bem , se lhe dava muito trabalho .

Perguntando pelo seu cäo de caça Lial e suas rölas , sua familia e seus amigos .

Que tinha muitas saudades de Portugal , pedindo a sua Mae , que là fosse com o menino dar um passeio äo Brasil , e se gostassem là ficavam .

Pedindo a sua Mae um pouco de sacrificio pelo trabalho , que estava a ter com esse menino infeliz ao nascer .

Sua Avo nao lhe faltou com nada , mas faltou-lhe o melhor , o amor o carinho e afecto de seus Pais e seus irmäos do Brasil .

Um abraço e um beijo de vez enquando , para o animar nas horas de mais afliçäo .

Para lhe dar coragem para os desafios da vida , que foram muitos na sua tenra idade , sem os seus Pais e Irmäos .

Pois sua Avo Adelina tinha uma certa idade , e pouca paciencia para essas coisas .

Por vezes dando-lhe uma palmada no traseiro , là ia ele a correr atè äo palheiro a chorar , sendo o seu esconderijo perfeito , pois sua Avo näo podia là entrar , por motivo de ser muito alto .

Nunca faltou presunto e carne de porco , bröa de milho do förno da Cereijeira , e vinho americano da quinta do Pinheiro, tratado pelo Vitorino da Felismina , e o peixe e as sardinhas do Mariano da Cavadinha , etc .

Sua irmä madrinha Dina visitàva-nos todos os dias , contando suas historias là de casa , comendo um pouco de presunto , päo e vinho , pedindo de vez enquanto uns ovos de galinha , para oferecer äo seu neto Dininho .

Varias pessöas vinham là para apanharem as suas injeçöes , outras para conversarem um pouco de suas vidas .

O Adelino do Costeiro , Manuel do Engenho , Manuel do Carvalhal , Joaquim da Ribes , Adriano Marcela , Refino do Candal , Vitorino do Costeiro etc , estavam sempre presentes no Pinheiro com sua Avo Adelina e com o menino .

Uma prova disso , estando eu sentado äo colo do Manuel do Engenho , no largo do Pinheiro .

Noutra foto sentado no seu triciclo , junto a sua Avo Adelina e madrinha , no caminho do Pinheiro , num triciclo comprado nas Caldas na antiga Orim , do falecido sr. Ribeiro , que mais tarde foi do seu filho Jalmires .

Por vezes là vinham seus primos visità-los , trazendo um pouco de alegria à casa , tödos juntos sentados à volta da fogueira , contando suas histörias de criança .

Todos os anos pela Pàscoa , beijavam a cruz por vezes sozinhos , outras vezes na companhia de sua Tia e primos.

Ajudando sua Avo a preparar a mesa , cortando os verdes e deitando das suas escadas atè äo portäo e Pinheiro .

Pelo Natal sua Avo cozia a rigueifa döce , para comermos e dar äos seus afilhados , preparando a consoada para dia de Natal , as rabanadas , o creme , a letria , o arroz döce , a caldeirada de bacalhau , a penca , etc .

Nesse dia era uma grande festa para todos nos , com töda a familia reunida , comia-mos todos juntos em familia .

Nos punha-mos os sapatos à lareira , na esperança do Pai Natal nos trazer alguma coisa , mas eram tempos pobres , e por vezes näo tinha-mos nada .

Fazia-mos o nosso presèpio , com musgo do mato do herdeiro , em cima da mesa encostado à porta de vidro , com o menino Jesus seus Pais etc .

Assim foram crescendo brincando e contando suas historias maravilhosas , na companhia de sua Avo .

Atè chegar a idade de ir para a escola , tendo ido o menino muito contrariado pela primeira vez , por deixar sua Avo sozinha .

As crianças precisam de muito afecto e carinho de seus Pais, para se sentirem amadas e seguras , e assim näo cairem nas desgraças , que tanto mal nos fazem .

O resto da historia do menino , continua outro dia .

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Albano D. P.Gomes ! Anos 50

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Neuchâel ! Collègiale 2008

Estàtua de Guillaume Farel

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Locarmo ! seu Lago e seus belos jardins .

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Neuchätel ! Seu Lago e seus belos Jardins .

O Castelo e praça do mercado .

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O cäo ou cachorro o Duque ! que veio do Brasil , 2002 .

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Jesus nosso salvadör !

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O CREDO DOS MAIS AFORTUNADOS !

SENHOR !

DAI-ME SAUDE POR MUITO TEMPO !

DE AMOR DE LONGE A LONGE !

DE IMPOSTOS MODERADAMENTE !

DE TRABALHO DE VEZ ENQUANDO !

DE DINHEIRO TODO O TEMPO !

ASSINA : ALBANO DIAS PEREIRA GOMES,

GOMES DO PINHEIRO,

12 comentários:

Anónimo disse...

Este gajo parece os geovas a vender a religiao, nem o ATM fala tanto na religiao aqui no blog que este tipo...

Anónimo disse...

Jeremias Pombal

Deu uma trabalheira ler o texto, na internet a atenção não se foca tanto como num livro. MAS gostei bastante, ora dramático ora cómico, como a própria vida o é. É uma História que foi partilhada e merece todo o respeito. Prefiro este tipo de temas do que a política a toda a hora.
Um abraço para esse senhor.

P.S. O facto de uma pessoa ser tão dedicada á religião não me parece ser problema, não vi nenhuma vontade de iniciar uma guerra por parte do mesmo em nome da mesma... O mesmo não se pode dizer de certos críticos.

Unknown disse...

porra! Mais, mandem mais, destas historias interessantes...

Anónimo disse...

Olà de Neuchätel !
à Nossa Vila Termal !

Ao Anonimo ! das 17:23 de 01 de Agösto .

Um bom dia !

Quando escrevo , faço-o por Amör à minha Familia , à minha terra , e seu pövo .
E näo por dinheiro , o mesmo se passa em relaçäo ao Pinheiro .
Camöes escreveu as suas desgraças , e foi um grande Poeta .
Eu sou Catolico de Röma , mas respeito os Geovàs e outras Religiöes ,ou mal ou bem , cada um segue a sua , respeito as tradiçöes , que meus Antepassados me ensinaram .
Todos nos , na maior idade , podemos escolher o , que achamos que è melhor para nos .
Para mim a Catolica è a melhor ,
para o Sr. talvez näo , mas eu respeito as suas , o Sr. deve respeitar as minhas .
Independentemente do meu partido , SOU A FAVöR DAS TRADIçöES DE S. JORGE ! SUA FESTA E PROCISSAO ,
DO RANCHO AS FLORINHAS ETC .
Isso faz parte da nossa Sociedade , a quem nos pertencemos , que è S. Jorge .
De um lado a Religiäo , que pertence a Deus .
Do outro a Politica , que prtence aös Politicos .
Säo duas coisas diferentes , mas nos devemos respeitar , uma e outra .
Dai a Deus o, que è de Deus .
E a Cesar o , que è de Cesar .
Com todo o Respeito , para mim näo à Gajos ou Gajas !
A Homens e Mulheres !
Senhöres e Senhöras !
Temos de tolerar um pouco , estamos em època de eleiçöes .
Qual è o Pai , que vendo seu Filho em perigo , näo o vai acudir .
Ou se lhe pedir Päo , dà-lhe uma pedra .
Comprimentos .
Albano Gomes

Anónimo disse...

Não se está a comparar estes textos ridículos cheios de erros a Camões pois não?
Já se devia de ter apercebido que 99,9% dos leitores do blog não querem saber das suas historias para nada

Amiga das tradições disse...

Albano perante certos comentários não desanimes. O Nosso futuro tem base no passado e são coisas que não se devem perder. Sou elemento do Rancho as Florinhas, quantas vezes me sentei junto de pessoas já velhinhas que me contavam as suas histórias de vida. Tenho-as escritas. O Rancho preserva e pesquisa o passado .Ajudam-nos a dar mais valor à vida de agora.
Sabendo como dás valor às fotografias antigas, fico triste por ter rasgado uma da tua mãe, de certeza a ultima que lhe tiraram.
Estava no caixão, foi tirada pela minha mãe, só que como era pequenina não suportava vê-la no album e um dia rasguei-a. Grande parte do que contas é confirmado e revivido pela minha mãe. Um grande abraço.

Anónimo disse...

Caro Sr. Albano, com todo o respeito, e apreciando o que escreve, peço-lhe no entanto que sejam mais curtos os seus textos. Acabam por ocupar quase uma página.

Anónimo disse...

mesmo bonito rasgar fotografias

ALSAN disse...

Esta história de vida, julgo, não deixa ninguém indiferente.
O personagem para além de partilhar
algo tão pessoal, demonstra um sêr verdadeiro e de grandes sentimentos.
Coisa rara nos tempos que correm !
Esta história recheada de conteúdo...preenche e areja o blog!!!
AO (ALBANO) GOMES DO PINHEIRO ENVIO: OS MEUS CUMPRIMENTOS !

Montana disse...

AO ANÓNIMO DAS 00H29
O(A) SENHOR(A) ESTÁ A MAIS NO BLOG!!!
TUDO INDICA QUE É UM DAQUELES QUE ENVIA COMENTÁRIOS VAZIOS, OU SEJA, CHEIOS DE NADA!!!

Anónimo disse...

De Neuchätel !

Ao anonimo ,
Do 03-08-2009 , 00:29 .
Um bom dia,
Na minha openiäo , o Sr. tem um problema , mas eu näo sou Mèdico .
Pois està sempre a falar , nos 99,9% .
Isso näo è verdade ! basta olhar para os Comentàrios .
Sabendo isso , continua a insistir , isso è falta de respeito .
Serà Rei ou Presidente ? So eles falam em nome de toda Populaçäo , näo sendo um deles è preferivel estar calado .
Nem o Presidente manda calar toda a Gente , como o Sr. faz , dà-lhes ouvidos e tenta resolver seus problemas .
O Sr. näo tem o direito de falar em nome de todo o povo .
, dizendo se eles gostam ou näo , compete a eles decidirem .
Vivemos em Democracia , e a censura jà acabou à muito .
Respeite as openiöes dos outros , seus valöres , para ser respeitado .
Com as minhas Publicaçöes , näo tratei ninguèm mal , nem mandei calar ninguèm .
Compete ao Sr. Admistradör etc , dizer se podem publicar ou näo .
Quando liga a Televisäo , sabe , tem vàrios canais , se näo gosta de um , passe à frente .
Faça o mesmo com as publicaçöes do Blog .
Agora näo se arme em Rei , dizendo , que so eu gosto , das minhas publicaçöes , pois isso näo è verdade .
Jà o disse em relaçäo ao Pinheiro .
Fàça como eu , so leio do que gosto .
Mas respeito as publicaçöes dos outros .
Comprimentos .
Albano Gomes .

Anónimo disse...

De Neuchätel !

A Nossa Amiga das Tradiçöes !

Sei , que è uma pessoa de Sentimentos e Bondosa .
Devo conhecer sua Mäe e a Senhöra ,
mas de momento , näo estou a ver quem è .
Talvez das minhas Fèrias a Portugal nos encontremos , para falar-mos um pouco do passado .
Com prontidäo ! lhe digo , està perdoada por ter rasgado , Foto da minha Falecida Mäe .
Pois sei , que näo fez por mal .
Rasgou-a revoltada !
Pois queria ve-la em vida , e näo morta , no caixäo .
Concerteza queria-lhe bem , näo fique magoada por causa disso .
Eu envio-lhe um Abraço de Amizade e Carinho .
Pelo gesto e coragem , que teve em dizer em publico , que resgara a foto .
Muita Saude e Felecidades , para si e toda a sua Familia , que näo sei se tambem è minha .
Albano Gomes .