sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Caldas de S. Jorge Solidário…

Olá,

A propósito deste tema - Caldas de S. Jorge Solidário...

às vezes vivemos assim... embrulhados em nós mesmos. Sem abrir os olhos para um mundo cheia de oportunidades. E enquanto nos embrulhamos em nós mesmos, e na nossa pretensa miséria, procuramos, como loucos no deserto, a fonte de uma felicidade utópica algures lá fora. Tão fechados em nós mesmos que nem conseguimos perceber a energia que escondemos dentro e que espera, ansiosa, por rebentar os muros que construímos e que nos impedem de nos darmos. De nos darmos aos outros. De nos darmos a nós mesmos a oportunidade de sermos um pouco menos instalados, egoístas e... perdidos!

"Quem sou para me sentir morto?" Que questão estranha... e, no entanto, tão pertinente. Quem sou eu para me sentir morto? E que faço eu do milagre da vida que se instalou em mim? Abafo-o? Definho-o? Quantos rostos contei eu, hoje, rostos de fome de pão e de um abraço? Quantos abraços deixei de dar eu, hoje, por medo, instalação, mesquinhez, ou simples desinteresse? Mas continuei a contar as minhas dores e os meus planos, embrulhado em mim mesmo, sempre só em mim mesmo, como se o mundo lá fora nada fosse.

Mas o mundo lá fora existe. Não sei se é minha tarefa dar-me... sei que é a única alternativa para uma vida tão limitada que termine e acabe em mim, no enredo das minhas dores. É, afinal, a vocação com que se escreve o nosso código genético.

PV

(Em anexo música com legenda)

1 comentário:

Elisio Cardoso Silva disse...

Magnifica transcrição da triste realidade dos nossos dias e que muitas das vezes nos levam a uma espécie de cegueira colectiva. Em que não vemos, ou fazemos por não ver a miséria humana que nos rodeia, mas está ao nosso alcance, fazer alguma coisa para diminuir o sofrimento de outras pessoas. Felizmente á uma comunidade de pessoas que se mobiliza para angariar recursos para ajudar outras pessoas que deles têm necessidade.
Ao Sr. PV, os meus parabéns, não sei se tem no seu código genético esta facilidade para a escrita, agora o que sei é que quem escreve desta forma é de certeza alguém que tem no seu código genético uma sensibilidade, um espírito de entre ajuda e um amor ao próximo acima da média, e dessa forma busca a felicidade constante, disso não tenho dúvidas.