...de Romariz
Depois de vários planos de intervenção que nunca saíram da gaveta, Manuel Jacinto o presidente da Junta de Freguesia de Romariz, em declarações recentes ao Correio da Feira, concorda que o Castro "está um pouco esquecido”. De momento, diz ele, não se augura nenhuma intervenção para o local, como tal não sei o futuro do Castro.
- Então quem é que sabe ? pergunto eu. E que tal se se fosse informar na Câmara junto de quem tutela este tipo de equipamentos ?
Para quem não sabe, esta povoação castreja faz parte de uma lista de Castros do Noroeste de Portugal e Galiza que serão conjuntamente avaliados pela UNESCO para serem candidatos a património mundial.
De cerca de 7000 ruinas de castros galaicos, apenas seis foram seleccionadas ( onde se inclui o Castro de Romariz) por reunirem condições para a candidatura e serão posteriormente ( se é que já não foram ) avaliados por inspectores da UNESCO.
Não me parece por isso sensato que o maior Castro de Entre Douro e Vouga, possa ser votado desta forma displicente ao abandono apenas porque inexiste uma política concreta e pró-activa de protecção, recuperação e valorização do nosso património arqueológico, concelhio, nacional e quiçá, mundial.
Segundo refere ainda o autarca eleito pelo PSD, “ Nas condições em que se encontra a principal referência de Romariz, é melhor que continue assim, que não esteja aberto a qualquer pessoa, para não existir mais destruição, como aconteceu no passado".
É um ponto de vista que eu não subscrevo, apesar de ser um mal menor.
Se o Sr Manuel Jacinto, presidente da Junta de Romariz, quisesse mesmo salvar o Castro, fazia uma lista de exigências dentro de parâmetros e em termos razoáveis, munia-se de um saca-rolhas e a seguir plantava-se à porta da Câmara da Feira.
Afinal de contas, está provado que o saca-rolhas salva o Castro.
(com o devido respeito)
Até Já
4 comentários:
Segunda-feira, Janeiro 17, 2011
Um retrato
Em Ponte de Lima, na "memorável" jornada minhota, Cavaco em resposta a uma mulher que o interpelava, respeitosa para não dizer submissamente, queixando-se da sua magrérrima reforma, Cavaco, apontando para a sua/dele mulher ("a minha senhora") e, naturalmente, com todo o desprezo por quem lhe queria falar da sua situação, interrompeu-a e disse o que foi gravado pela TSF:
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«Esta é a minha senhora. Esta senhora trabalhou praticamente a vida toda. Sabe qual é a reforma dela? Não chega a 800 euros por mês. Foi professora em Moçambique, em Portugal nunca descobriram a reforma dela. Portanto, depende de mim, tenho de trabalhar para ela. Mas como ela está sempre ao meu lado e não atrás, merece a minha ajuda».
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No meio de toda a campanha, este foi, para mim, o momento mais excitante e esclarecedor.
Qual dívida, qual FMI, quais muitas centenas de milhar de desempregados, qual salário mínimo que só pode aumentar às pinguinhas até chegar aos 500 euros, quais diminuições de salários injustas porque não são para todos, qual mar e heróis dele que já fomos e entregámos à gestão comunitária e aos arrastões de fundo, qual Alqueva à espera da reforma agrária e do regadio, qual aproveitamento do sub-solo, quais indústrias de fileira produtiva, qual tecido económico com micro, pequenas e médias empresas!
Para a minha sensibilidade, este episódio dos 800 euros é mais chocante que as traficâncias e especulações ao nível das centenas de milhar e milhões.
Este é o retrato de uma mentalidade que me/nos envergonha, e que está por detrás, responsável, do estado em que estamos, ou é a sua insuportável face superstrutural, resquício medievo.
Este homem, a dizer isto no século xxi, nunca será o Presidente da República de todos os portugueses, a eleger em 23 de Janeiro de 2011!
Publicada por Sérgio
Caro Sérgio.
Nas ainda poucas intervenções que lhe tenho lido,quer-me parecer que pelo fluir da escrita poderá eventualmente dar importantes contributos a este Blog.
Nesse sentido, se pretender ver os seus textos publicados poderá enviá-los para o meu e-mail para posterior republicação na íntegra.
Aproveito para esclarecer que apenas sou colaborador neste blog sendo por isso este o melhor procedimento a adoptar se isso for de sua conveniência.
e-mail bettencourt10@sapo.pt
Caro Bettencourt;
Agradeço o seu comentário e registo o seu e-mail.
Vou pensar no seu pedido.
Cumprimentos.
Sérgio Oliveira.
Relativamente à história dos € 800,00 de reforma da primeira dama (é assim que se chama à senhora)o que me parece é que é mentira. Ela é capaz de não ter ainda 70 anos e mesmo não sabendo quando caiu na reforma, tendo sido professora liceal, como se dizia então, e tendo feito carreira (antes 6 anos de ser presidente ele era "um mísero professor universitário" - palavras dele - e ela era ainda professora universitária também, creio. Era licenciada quando foi para Moçambique quando ele foi para a tropa e lá deu aulas num liceu.
Veio e esteve quase sempre a dar aulas na Univ. Católica. Será que não fizeram descontos para Seg. Social? E se fizeram não terá dado para atingir uma pensão um tanto maior? Eu não acredito nos € 800,00.
José Pinto da Silva
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