quinta-feira, 21 de abril de 2011

Autarca de S. João da Madeira diz que o que falta é trabalho e não folgas

Crise: aqui não há tolerância de ponto

Para os 300 funcionários da Câmara Municipal de S. João da Madeira não há tolerância de ponto na quinta-feira à tarde porque, segundo o presidente da câmara, o país não está em condições de «descurar o trabalho».
«Na Câmara de S. João da Madeira vai-se trabalhar normalmente nesta quinta-feira e não haverá tolerância de ponto. Resolvemos tomar esta medida porque achamos que o país não tem condições de descurar o trabalho», revelou à Lusa Castro Almeida.


A decisão do autarca é contrária à do Governo, que decidiu dar a tarde de quinta-feira aos funcionários públicos, tudo porque o tempo não é para folgas e sim «de trabalhar mais», já que os «sinais» que se têm que «dar ao país e ao mundo são de que Portugal está na disposição de trabalhar e não procura férias, folgas ou pontes».
Castro Almeida reconhece que a tolerância de ponto no período da Páscoa é uma medida habitual nas autarquias, mas garante que funcionários da Câmara compreenderão a decisão. «Hesitei em tomar esta medida porque senti que podia estar a ser injusto para com os trabalhadores da Câmara de S. João da Madeira, mas auscultei dirigentes e encarregados e foi muito reconfortante sentir que estiveram todos de acordo», disse.
«Sempre me custou entender porque é que há tolerância de ponto na função pública e não há para as empresas privadas. Parece que o trabalho na função pública é pouco relevante, que não interessa nada e que tanto faz trabalhar-se como não se trabalhar», disse.
Também na autarquia de Penela, liderada por Paulo Júlio (PSD), não há folga para ninguém. «Tendo em conta o estado de quase colapso financeiro em que o país se encontra, com o FMI a analisar todas as contas, o melhor exemplo que pode dar é trabalhar e, assim, contribuir activamente para melhorar a produtividade», afirmou o autarca, que considera ser este «o exemplo a dar».

4 comentários:

Anónimo disse...

boa pascoa a todos os sanjorgenses, sem exceções....
toino

Anónimo disse...

Apesar de ser trabalhador que exerce funções públicas e que teve de gozar obrigatoriamente a tolerância de ponto porque o serviço encerrou da parte da tarde, concordo plenamente com o Exmo Autarca de S. João da Madeira, quando refere que é necessário trabalhar. Eu até queria e serviço não me faltava! Pode ser que haja uma mudança de mentalidades daqui para a frente. O país precisa é de gente que trabalhe e que, como eu, tenha vontade de trabalhar!

Anónimo disse...

Hajam mais trabalhadores, autarcas e entidades públicas a pensar dessa forma!

Gastão Pinto disse...

Deixemos de malhar nos trabalhadores. Não foram os trabalhadores que pediram a tolerância de ponto.