sábado, 21 de abril de 2007

Património Religioso.

O blogspot recebeu o seguinte mail para publicação, diga-se que o mail vem assinado por uma pessoa que nós dá muita honra em escrever neste espaço. Este mail foi enviado pelo Exmo. Sr. Padre António Machado. Todo o conteúdo deste texto não é da responsabilidade do blog. O mail diz:
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Acho ser muito redutor avaliar o património artístico-cultural-religioso da Paróquia de Caldas de S. Jorge a uma pedra tumular no adro da Igreja de Caldas de São Jorge. É o mesmo que reduzir um porco a um chouriço ou confundir a nuvem com Juno. Por favor dirigia-se ao Pároco que lhe dará as devidas dicas e informações. Ora a sepultura em causa trata-se de um ou outro dos que se seguem: Investigue e diga-me alguma coisa. Um epitáfio : S. de Gonçalo Gil do Porto Ou Um outro epitáfio :Túmulo de José Correia Barbosa da Assunção. Este com os seguintes dados. O outro desconheço. " Nasceu na freguesia do Souto, Feira, em 6 de Agosto de 1806.Era filho de Francisco Leite da Costa e de Jacinta Florida Correia. Órfão de pai em tenra idade foi acolhido e educado por D. Joana Paula Forjás Pereira Costa Real da Casa do Castelona da Feira. Mais tarde em 1838 esta Dona Joana recolheu-se por sua vez a casa do seu pupilo nas Airas onde faleceu em 1846 legando-lhe os seus bens.Em 1832 casou com ma filha do capitão Pinheiro. Dizem que foi ele o denunciante do futuro sogro, Mas não é facto bem apurado; o que foi certo é que ele meteu-sena casa das Airas e ali residiu bastante tempo antes do casamento. Tomou parte importante nas lutas civis ao lado dos miguelistas a prova disto é que em Fevereiro de 1832 na época do cerco do Porto chamou para padrinho do seu filho mais velho o Visconde da Azenha general miguelista. Mas após a vitória dos liberais chegou-se para eles e já em Setembro de 1834 foi governador militar da Vila da Feira e padrinho do seu segundo filho. Era juiz eleito em 1837 e 1839. Mais tarde tornou-se um ferrenho realista sendo administrador de1842 a 1846 dirigindo na Feira as célebres eleições de 1845. Tais tropelias cometeu que ficou afamado o seu nome. E como administrador tomou parte na guerra da Patuleia chegando a ir com os cabos a Castelo de Paiva donde o escorraçaram. Pouco depois foi preso e levado para a Relação do Porto. Camilo esteve ali com ele e consagrou-lhe as seguintes palavras: O Barbosa das Airas, um maneta valente terrível da Vila da Feira".Uma noite, porém, ansioso de liberdade, arrojou-se a fugir dali,escapando – se por um tubo das chaminé, saltando de telhado em telhado até chegar à rua evitando as sentinelas, atravessando o rio num barco fretado e seguindo por atalhos até Grijó onde acampavam astropas cabralistas de Saldanha. Estava salvo! Demitido do cargo de administrador com a queda de Cabral, quando este tornou ao poder em 1849 empenhou-se em sê-lo de novo mas não conseguiu apesar do compadrio que o ligava ao chefe do governo. Obteve-o, porém, em 29 de Janeiro de 1874 do antigo inimigo político Rodrigues Sampaio. Esta nomeação recebida por muito e o deputado Pires de Lima em dois discursos parlamentares censurou-o com veemência a tirando-se a José Correia. Serviu o cargo até 1877 repetindo os antigos trampolins e tornando temível e odiado o seu nome. E terminou aqui a sua vida política. Terminando também o longo e sagitado curso da sua vida terrena a6 de Fevereiro de 1881. Foi sepultado no adro da Igreja de S. Jorge onde se encontra um epitáfio tumular a frente mencionado: "Aqui jaz José Correia Barbosa. Nasceu a 6 de Agosto de 1806 e faleceu a 6 de Fevereiro de 1881. Exerceu vários cargos de confiança com dignidade sendo condecorado pelos serviços com os hábitos de Cristo e de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. A sua vida resume-se nisto: Foram as suas armas a honra e a lealdade contra a vil traição e deslealdade". ( dos escritos paroquiais de Caldas de São Jorge)

1 comentário:

Anónimo disse...

Sr. Padre Machado, devo-lhe dizer, que este texto foi somente um dos relatos históricos mais bem elaborados da nossa pequena freguesia. É bom que se diga que eu sempre tive uma imensas curiosidade e um certo interesse peculiar do porquê da existência daquela pedra tumular. Fico contente que agora a população da freguesia possa saber com rápido acesso ao relato histórico da pessoa ali sepultada, para que possa dizer ás gerações vindouras quem é a pessoa que tem uma sepultura num destacadíssimo lugar, nomeadamente no adro da Igreja matriz. Exmo. Sr. Padre Machado, indiferentemente do criador deste Blog não se identificar, devo dizer que a criação dele já valeu a pena para aumentar a curiosidade dos jovens pela paróquia da freguesia, e digo mais a sua participação merece elogios pois demonstra que acompanha o dia a dia da freguesia e em especial da juventude de Caldas de S. Jorge.
Para terminar, só posso lamentar uma pequena nódoa negra no magnífico currículo à frente no desenvolvimento da freguesia e em especial à paróquia de Caldas de S. Jorge, ex:
1º A magnífica reconstrução e requalificação da igreja pois dispensa comentários a obra está lá.
2º O Salão Paroquial.
3º Centro de dia.
4º O aumento de qualidade didáctico e técnico no ensino católico da freguesia.
5º A grande disponibilidade para “aturar” os jovens da freguesia.
Etc. Etc.
Quanto à nódoa negra, que diga-se é quase nula, é somente a falta de um trabalho escrito devidamente publicado à cerca da história paroquial e se possível também a não paroquial da Freguesia de Caldas de S. Jorge, em especial dos pequenos “pontos” que suscitam a curiosidade dos Caldenses.