As Esplanadas de Verão...

Eu, tenho estado fora da nossa pequena vila, mas como as notícias correm como água para o mar, fui informado da recente polémica em torno de umas “ditas” esplanadas.
Que por acaso, e volto a referir por acaso, fui eu o “obreiro” dessa ideia, logo senti-me na obrigação, de me dirigir a um qualquer cibercafé, com o objectivo de esclarecer os que já tinham sido informados ou notificados, quer em “boca fechada” quer em “boca aberta”, quer pelas fugas de informação da autarquia, bem como outros, nomeadamente o Blog.

Eu, proprietário de um restaurante em Caldas de S. Jorge, a quando de uma notícia tornada pública no final de Janeiro – 2007, a informação que decorria era que o Ilha Bar, ia ser encerrado por motivos de final de contrato, bem antes de Junho do corrente ano. Como tal, elaborei uma proposta escrita, em que vinha o caderno de encargos, na qual eu, no início de Maio abria uma esplanada, no espaço entre as casas de banho, e a escadaria em frente à ilha bar.

As propostas foram entregues em mão, aos três elementos da Junta de Freguesia, Sr. Fernando Coelho, Sr. Martins e o Sr. Jorge Pinto. Na qual foram informados que eu pagaria uma renda, NUNCA INFERIOR A QUINHENTOS EUROS MENSAIS. Pena é que a resposta das esplanadas só tenha vindo no início do mês de Junho, dois meses após o prazo dado, para a resposta. Com esses dois meses era muito fácil ter conseguido os patrocínios para as respectivas animações, decorrentes da abertura. Quando chegou a resposta, eu achei por bem recusá-la, pois estava como se diz na gíria “fora de validade”. Ao contrário do que se diz, ninguém sem ser eu desistiu, visto só ter havido uma proposta válida, logo ao contrário do que se fala em que ouve várias propostas.

Com a entrada do novo presidente da Junta, foi-me proposto pelo Sr. Martins (grande defensor das esplanadas), que tinha sido aprovado por todos elementos da junta, caso eu estivesse interessado em tentar dinamizar aquela zona, que teria todo o apoio da Junta de Freguesia, pagando só no final a renda, mediante os resultados concretizados, pois no entender da Junta e diga-se que no meu também, trata-se de um investimento não só particular como da autarquia. Deve-se dizer que não é novidade esta maneira de agir, levanta-me alguma perplexidade o espanto de certas pessoas, pois no tempo do Sr. José em que ele era presidente, concedeu o Ilha Bar aos meus pais, tendo como objectivo principal, não a obtenção de lucros mas sim a limpeza da toxicodependência e de vândalos, bem como a dinamização da freguesia (Proposta essa que deve ser louvada e enaltecida), pena é que a junta que se seguiu na altura teve pouca visão para continuar esse trabalho, e depois toda a freguesia sabe a história. No entanto visto eu já ter coisas marcadas, tornou-se quase impossível a aceitação, diga-se com muita pena minha, pois sei que COM ESTES TRÊS ELEMENTOS DA JUNTA, O TRABALHO VAI A BOM PORTO.

Desde o início, o meu objectivo era que a zona não perdesse a rotina, e a dinâmica de outros tempos. É claro, que ninguém no estado dito normal, não iria pensar que o objectivo final não passasse, por ter um saldo positivo do investimento. Alias, se não for pensado assim o investimento não é dinâmico, logo iria ser um estabelecimento rotineiro, como já existem outros no mercado. No entanto, ao contrário da maioria das pessoas, o saldo positivo, não significa “dinheiro em caixa”, o chamado lucro em euros reais. O saldo positivo vai muito para além dessa visão minimalista, sem futuro e sem empreendimento que muitas pessoas falam. O saldo inicialmente pensado, era o mesmo que tivemos o ano passado na organização da festa do S. Ovídio, na vila de lobão. Pois esse saldo passa pela publicidade agressiva, no local em que era organizado várias festas da nossa inteira responsabilidade. Mas isto é algo que é difícil de entender para que não é dinâmico ou empreendedor.

Ao contrário de muitas pessoas, eu gosto da terra em que vivo, sou autóctone de Caldas de S. Jorge, e sinto-me muito frustrado por ver o caminho que a nossa Vila leva. Basta para isso ver como eram as noites da vila à seis anos atrás, para entendermos que caminhamos para o declínio, e para o inicio de uma era em que a toxicodependência está a voltar, os assaltos a aumentar, a delinquência juvenil de indígenas da terra é uma realidade, em que a esperança e as oportunidades de valorizar os jovens escasseiam. È ver como a degradação e o abandono da zona envolvente das termas aumenta de dia para dia, (Fabruíma; Loja do Sr. Ilídio, Casa da Pines; antiga Orim; Pensão do Parque; Casa do Dr. Carlos; Antiga casa da São do Castro e ex. Junta de Freguesia; a zona do Ilha bar; etc.). Razão pela qual, sempre que posso tento valorizar a terra em que eu cresci.

Para terminar, visto que o texto já vai longo, tenho muita pena de não ser possível “o mais certo” as esplanadas este ano nas Caldas de S. Jorge, pois certamente iria criar um novo dinamismo que a freguesia já à muito perdeu e continua a perder em detrimento das outras freguesias nomeadamente Fiães. Concluindo este esclarecimento, deixo uma ideia “boa ou péssima”, porque não juntarem; O Apeadeiro e o Plátanos com o objectivo de criarem uma animação conjunta, para ser feita em cima do lavadouro. Podendo encerrar a rua, tendo cada um dos bares, mesas e cadeiras ao ar livre e um respectivo balcão para cada um, com preços uniformizados!!! Fica aqui algo que por mim seria do interesse dos dois.

Com consideração me despeço,

Ângelo Miguel Magalhães Cardoso.