Alberto Pinto é um bombeiro de 46 anos, de Santa Maria da Feira, que, o destino implacavelmente condenou à morte por doença. Na memória guarda as muitas vidas que ajudou a salvar. Agora, é ele que pede socorro económico para a família, depois de lhe ter sido diagnosticada uma doença fatal: (ELA) Esclerose lateral Amiotrófica.
«Descobri que tinha a doença há cerca de um ano. Comecei com a falta de força no polegar direito, mas pensei: isto vai passar», recorda. Não passou e agravou-se, com os sintomas a passarem para o braço, as pernas e pescoço. Esta doença, que também vitimou o cantor Zeca Afonso, é implacável: «Sei que tenho, no máximo, mais três, ou quatro anos de vida», diz, resignado. «Inicialmente foi muito difícil aceitar, mas agora já interiorizei. Os médicos não me disseram tudo e foi na Internet que descobri que tinha a minha morte anunciada». «Não foi fácil, como ainda não», confessa, e «quando soube só me apetecia pegar no carro e desaparecer sem destino». Mas, o amor pela mulher e filhos falou mais alto e resolveu lutar, «não contra a doença, porque não há cura», mas para deixar a família numa situação economicamente estável. «Só luto pela minha família, por mim, era capaz de desistir de tudo, porque não é fácil», diz. «Nunca pensei chegar a este ponto», confessa envergonhado Alberto Pinto, enquanto as lágrimas lhe lavam o rosto. O filho mais velho de 19 anos terminou o 12.º ano e abandonou o sonho de ser arquitecto, para ajudar nas despesas da casa. «Neste momento, vivemos com a minha baixa médica e o ordenado da minha mulher», cerca de 700 euros mensais, dos quais 300 vão direitinhos para a prestação mensal do apartamento. Ao lado de Alberto Pinto, 17 bombeiros voluntários de Santa Maria da Feira, corporação que serviu sete anos como motorista assalariado, lançaram mãos à obra para porem em prática uma campanha intitulada «socorre quem socorreu». O objectivo, explicam, é tentar arranjar dinheiro lhe pagar o pequeno apartamento usado que Alberto Pinto comprou há seis anos e com a sua «morte anunciada» a mulher, funcionária numa cantina escolar, e os dois filhos de 19 e 9 anos não poderão pagar. Estes bombeiros, despem as fardas para vestirem as T-Shirt’s brancas da campanha «Socorre quem socorreu», vendendo não só as T-Shirt’s (7,5 euros) como porta-moedas (2,5 euros) em algumas festinhas e feirinhas do concelho, onde também montam uma barraquinha para vender bebidas. «Tem estado a correr bem, mas, ainda falta muito», explicam os promotores da campanha. Paralelamente foi aberta uma conta solidária na Caixa Geral de Depósitos com o NIB: 003503060005538570018.
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