SECRETARIADO DA SECÇÃO DE CALDAS DE S. JORGE DO PARTIDO SOCIALISTA.

"A Secção de Caldas de S. Jorge, na sua reunião de 6 deste mês, tomou uma posiçãocolectiva sobre a instalação do vulgarmente chamado Parque das Sucatas nos terrenosda Quinta da Lage, tendo em consideração que uma parte, mesmo que não significativa,fica em território de Caldas de S. Jorge e, colectivamente, elaborou o texto/comunicado que se vai juntar e que se tentará fazer publicar nos jornais concelhios. Se for julgado de interesse para publicação no blogue, poderá ser usado.

Cham-se a atenção para o facto de não ter sido concocada Assemblea Geral de militantes, pelo que o texto responsabiliza sòmente os seus autores, podendo haver, naturalmente, militantes com pontos de vista divergentes ou mesmo antagónicos.

P'lo Secretariado da Secção do PS deCaldas de S. Jorge"

E I A – PERM

COMUNICADO
(Elaborado e aprovado na reunião de 6 Set. 2007)

O Projecto Base para a Instalação do Parque Empresarial de Reciclagem de Materiais (PERM), vulgo "Parque das Sucatas" nos terrenos da Quinta da Lage tem vários anos e foi amplamente divulgado, inclusive com apresentação pública na Biblioteca Municipal e exposição com largos painéis. Como quase sempre, pouca gente ligou ao tema e poucos se pronunciaram. Excepção de notar a do Eng. Cardoso que sempre e amiudadas vezes se manifestou pela inconveniência do projecto naquele local, reconhecendo-se, embora, a necessidade de concentrar a recolha e tratamento das muitas sucatas dispersas pelo concelho e pela área da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria.
A Câmara da Feira deliberou que o local seria aquele e defendeu que seria projecto portador de mais valia para a região e, implicitamente, para as freguesias de implantação (2/3 em Pigeiros e 1/3 em Caldas de S. Jorge, sensivelmente), excluindo, desde logo, qualquer outra hipótese, tratando no imediato de suspender eficácia do PDM com vista à alteração respectiva, saltando por cima do facto de se tratar de Área Agrícola e Florestada a Preservar, mesmo sabendo que a poente, e não distante, havia uma bastante ampla área de Construção Preferente e Urbanização Condicionada, onde seria mais lógico implantar uma data de construções. De resto, contígua, já existe uma grande "ferralharia" que tem algo de similar com o PERM.
Se era um projecto de bom investimento, porque não lá mais abaixo, um pouco mais próximo da Sede Concelhia? E sendo tão bom investimento, porquê os outros Municípios de Santa Maria não brigaram por ele? É costume ser uma guerra endiabrada entre municípios quando se trata de captar investimento público. De certeza que ou tem algo de repelente, ou só pelo nome atribuído (Parque das Sucatas) desprestigia.
É sobretudo esse detalhe que, do nosso ponto de vista, preocupa Caldas de S. Jorge. As Termas ficarão lesadas na sua capacidade de se publicitarem, divulgando-se que têm por perto um parque de recolha de toda a sorte de sucatas. Aqui seria muito curioso e muito útil ouvir o que terão a dizer a Administração (Executiva) e os Clínicos das Termas. Preocupa também, ainda que o Estudo de Impacto Ambiental o minimize, o risco de afectação da linha de água do Uima, o tal curso que a mesma Câmara diz querer requalificar no leito e nas margens e que serve de enfeite verbal bucólico quando se publicitam as Termas. E há quem levante uma dúvida, que reputamos de longínqua, quanto ao risco de hipotética contaminação da água termal, receio não presente no EIA.
Entendemos também que, com implantação, a prazo não longo, na proximidade, do nó da EN1 com a Variante FEIRA/AROUCA, a Quinta da Lage poderia ser destinada a um grande projecto Urbano/Turístico de razoável envergadura. Se contactados e aliciados pela Câmara, não faltariam investidores. Um projecto idêntico ao que não passou de sonho e que se chamou MARVA.
Somos opositores da implantação do PERM em terrenos de Caldas de S. Jorge, sobretudo pelas duas razões apresentadas, e lamentamos que a Câmara tenha decidido sem apresentar outra alternativa, nomeadamente a de Sanfins (logo ali a poente da EN1). Não seremos entretanto fundamentalistas nem cavalgaremos o Rocinonte para combater moinhos. Apelamos ao melhor senso possível de quem, mais no alto da pirâmide, possa ainda intervir no sentido de não deixar cometer um erro que, cometido, não tem recuo possível. O Resumo (não técnico) do Estudo de Impacte Ambiental insinua todo um conjunto de minimizações, um conjunto de obrigações na construção e exploração do projecto que alivia um pouco as preocupações. Oxalá, ao menos, o estudo corresponda à verdade e que, não havendo recuo, sempre possível e dignificante para quem o decidir, tudo seja cumprido letra a letra e que quer a execução quer a exploração venha a ser monitorizada por Entidade Externa e Independente.

SECRETARIADO DA SECÇÃO DE CALDAS DE
S. JORGE DO PARTIDO SOCIALISTA
O Coordenador