segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Seria de hastear em Caldas de S. Jorge



Levantar tantas vezes e tão insistentemente a hipótese de vir a ser construída em Caldas de S. Jorge a Escola de Hotelaria, Turismo e Termalismo até que alguém responsável, da Câmara ou mais de cima, viesse dizer de forma clara e justificada que tal seria impossível.

Fruto das novas tecnologias e da (quase) generalização do acesso aos computadores, muita gente passou a ter a oportunidade de passar os seus pensamentos a mais alguém do que a habitual roda de amigos. Gente anónima ou assinada passou a debitar, e a dar a conhecer, opiniões sobre os mais diversos temas, sejam, sobretudo, locais ou sejam regionais ou até de âmbito mais alargado. E constata-se que, afinal, há muita gente, mais do que parecia, que tem opinião, precisa ou difusa, sobre muitas coisas de interesse para o naco de sociedade em que se insere. Opiniões, umas fundamentadas, outras mais ligeiras e apoiadas só no diz-que-diz e, às vezes, denunciadoras de falta de conhecimento, ou de informação, à volta das regras e leis que determinam o funcionamento de muitas instituições.
Tal procura de informação e difusão de pontos de vista leva a induzir que, num futuro próximo, vai ser tornada bem mais fácil a vida de quem tem que procurar gente para integrar listas de candidatos para o que quer que seja onde tenha que haver eleição: autarquias ou associações. É bom sinal. A menos que tudo o que se vê seja engano.
Um tema que salta muito para a tona de debates é o das competências e da capacidade de fazer obra por banda das autarquias locais e dos respectivos executivos, sobretudo nas freguesias pequenas, sem receitas próprias e sem património activo realizável.
Para além das rotinas de manutenção dos espaços que lhes estão confiados (valetas, rotundas ajardinadas, pequenos logradouros e alguns trabalhos que lhes competem por delegação – além, claro, das atribuições burocráticas de atendimento do público) competirá às juntas (de pequenas freguesias) procurar exercer a influência possível junto da Câmara, a única fonte de investimento, apresentando ideias que entendam ser concretizáveis e, se concretizadas, sejam carreadoras de mais-valia para a freguesia directamente e, indirectamente, para o concelho e para a sociedade.
Se as ideias forem estribadas, forem coerentes, deve ser mantido insistentemente o pedido, macio ou reivindicativo, até que seja concretizado ou haja uma resposta negativa, dada de forma clara e que possa ser exibida, também claramente, perante os fregueses. Como soe dizer-se, convém erguer algumas bandeiras e só as arrear se deceparem as mãos que as hasteiam.
1 - O CENTRO ESCOLAR, seria uma e poderia ser a primeira, por ser a de mais fácil resolução e estar prevista na Carta Educativa do concelho. Está-se dentro do prazo previsto na Carta Educativa, mas foram sendo criadas condições para se avançar, exactamente porque há colaborações disponibilizadas. E a demora nalgumas negociações pode acarretar consequências desagradáveis. E, na altura da inauguração oficial, há dois dias, de estrutura idêntica, no distrito de Viseu, foi noticiado que o Estado suporta 65 por cento do investimento nestes equipamentos de educação. Com o património alienável, mais a comparticipação do Estado, é bem capaz de sobrar um largo saldo positivo e, sobretudo, sobrariam muito melhores condições de vida escolar para os instruendos.
2 - A PARTICIPAÇÃO NO CORPO ACCIONISTA DA SOC. TURISMO, haveria de ser outra e com insistência constante até que se conseguisse o objectivo ou se ouvisse o rotundo não de quem de direito. E isso seria rotundamente comunicado à população. Muitos dos recém-promovidos a comentadores acham estranho que a Junta não faça parte e, por isso a criticam, ignorando o que tem sido feito para integrar, nomeadamente a nível institucional.
3 - Levantar tantas vezes e tão insistentemente a hipótese de vir a ser construída em Caldas de S. Jorge a Escola de Hotelaria, Turismo e Termalismo até que alguém responsável, da Câmara ou mais de cima, viesse dizer de forma clara e justificada que tal seria impossível. Claro que a justificação, caso não houvesse outra, seria sempre a de que os bons investimentos, os que implicassem novos conhecimentos, novas oportunidades e sobretudo investimentos limpos teriam que ser sempre aplicados no centro concelhio da cultura e do desenvolvimento e que o facto de ter junto a estância termal, para complemento e apoio, era de somenos importância. Se necessário os instruendos deslocar-se-ão dez quilómetros, pois claro. Será como fazer uma faculdade de medicina sem hospital por perto.
4 - Não descurar, até à exaustão, a comunicação pública e publicável em todos os suportes informativos, que a freguesia de Caldas de S. Jorge não dispõe de um espaço público fechado onde se possam reunir mais de 20 ou 30 pessoas e que se torna em absoluto necessária a construção de um auditório onde se levem a efeito palestras, debates, colóquios, conferências, etc. Outras freguesias têm conseguido tais investimentos. Será porque daqui não se reivindicou? Será porque daqui saem menos votos em certas direcções? Será estranho porque, desde há anos, há absoluta coincidência de coloração e é uso dizer-se que tal coincidência é sempre factor de bons olhares.
Acho que a insistência insistente (passe a redundância) terá influência, mais ainda lembrando que tudo o que por cá for feito valoriza imediata e directamente o investimento das Termas. Do mesmo modo que investimentos que outros não quiseram (PERM, por ex.) e coisas feias e desleixadas (ruínas a cair aos pedaços) desvalorizam e prejudicam grandemente o esforço de investimento nas Termas.


♦ José Pinto da Silva

IN TERRAS DA FEIRA ON-LINE

3 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Pinto da Silva

Gostei do que li.
A sério.

No entanto, preocupa-me essa insistência de V. Ex.a no "incentivo" a que os tais "recem-promovidos a comentadores" se façam representar nas próximas eleições autarquicas.
Deixemos isso à consideração de cada um, e a seu devido tempo.

Por outro lado, creio ser oportuno referir que muitas outras pessoas de Caldas de S. Jorge sabem alguma coisinha. tempos houve em que efectivamente, só meia dúzia detinha o conhecimento "oficial" das coisas. Hoje, e como o Senhor refere, até pela questão do acesso à internet, tudo é diferente.

De igual modo, bandeiras há, que passou agora à escrita, que já foram levantadas noutras instâncias e por outros intervenientes, pelo que convirá fazermos de vez em quando um "refresh" (basta clicar em F5)

De resto, concordo com tudo.


Amilcar Teias

Anónimo disse...

Caro Amilcar Teias,
o senhor parece daqueles que, a cada coisa que mexe, disparam.
Se não há obras é porque não há obras; se a obra é no Inverno é porque faz lama, se é no Verão é porque faz pó, enfim...
Se um diz branco o amigo diz preto.
E olhe que há gente assim aos montes, neste nosso reino das Caldas à beira mar plantado.
Neste caso, e só porque o articulista do Terras (Sr Pinto da Silva) resolveu "resumir" um pouco daquilo que, do seu ponto de vista, é fundamental para o desenvolvimento da terra, lá vem o caro Amilcar Teias iniciar mais uma versão da forma de ser "Geração Dói-Dói";
Entendem alguns, e o Amilcar Teias é um deles, que a malta não deve expôr insistentemente as suas ideias ou as formas de perspectivar o desenvolviemnto de Caldas de S. Jorge.
Eu próprio que o diga, já senti na "pele" a voracidade de alguns como o senhor, só por, imaginem, gostar de sonhar.

Caros leitores, eu ando um mãos largas. e já pedi ao senhor administrador do blog que fizesse um apelo aos cibernautas para, pelos menos por uns dias, falarem só de coisas boas.

Tentemos concentrar-nos então na discussão do que são ou não os verdadeiros pontos de interesse para o desenvolvimento de Caldas de S. jorge.

E olhem que, neste blog, têm aparecedido várias matérias dignas de, pelo menos, merecerem uma ampla discussão.

Comecemos então pela questão do Post da Desassossegada referente ao tema "Porque não nas Caldas?" e ainda por estes 3 ou 4 objectivos que o Sr. Pinto lançou para discussão.

Só mais uma coisa:
o blog, já está on line quase à meio ano.
Com o blog, muitas coisas boas aconteceram na freguesia, e uma delas foi o facto das pessoas discutirem cada vez mais os problemas de Caldas de S. Jorge.
Mas, para que o seu sucesso seja completo, o blog tem de atingir a maturidade.
Então, que essa maturidade seja a possibilidade de se debaterem coisas sérias para a freguesia, independentemente do nome ou pseudónimo. Obviamente com sátira e com critica responsável, mas com a perspectiva de não o tornar num espaço de escárnio e mal-dizer.

ao dispôr,
atento73

Anónimo disse...

Pinto da Silva

Claro que não vou comentar o comentário assinado por um Sr. Amilcar Teias. Era o que mais faltava.
Fico é um tanto intrigado com o nome ou pseudónimo. Se é nome, feliz coincidência. Se é pseudónimo, deve mudá-lo porque pode deixar ofendido um ilustre técnico que, não tendo sido um bem sucedido ministro do ambiente, era um grande sabedor da matéria do ambiente e protecção da natureza. Não era o político que encaixasse.
A única diferença é que o ex-ministro era A. THEIAS