sexta-feira, 23 de abril de 2010

Hoje no JN…

Ninguém está a favor da instalação do aterro

Depósito de lixo pode contaminar águas termais de Caldas de S. Jorge

 

____ CARLA SOFIA LUZ, ____

Ninguém quer o novo aterro de lixo, que servirá a população de Gaia e da Feira, na sua freguesia. Não há um único contributo favorável à construção do equipamento em Caldas de S. Jorge/Pigueiros ou em Canedo. Mas sobram argumentos contra a instalação.

Cerca de 92% dos 40 contributos, incluindo dois abaixo-assinados com 4529 subscritores, entregues na discussão pública do relatório do Instituto do Ambiente e Desenvolvimento da Universidade de Aveiro (IDAD) "opõem-se frontalmente" à construção do novo aterro na Feira. As reclamações chegam de moradores, das juntas e de outras entidades locais que recusam a colocação do equipamento na sua freguesia em particular. No entanto, há quem critique a insistência da Suldouro em depositar grande parte dos resíduos indiferenciados dos dois concelhos num aterro, em vez de optar pela adesão à Lipor.

A principal preocupação dos opositores à implantação de um complexo de tratamento de resíduos sólidos na área de 29,3 hectares na fronteira de Caldas de S. Jorge com Pigueiros é o funcionamento das termas. Estão certos de que o aterro arruinará o negócio de uma das três principais instalações termais do Norte do país, que emprega 60 trabalhadores e foi ampliada há sete anos e poderá até contaminar as águas.

O parecer, elaborado pelo engenheiro João Santos Baptista, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, não descarta essa hipótese, repetida pelos directores clínico e técnico das Termas das Caldas de S. Jorge nas reclamações avaliadas pelo IDAD (instituto responsável pelo relatório que defende a instalação do aterro da Suldouro numa das duas localizações já referidas).

Câmaras em silêncio

Desde logo, João Santos Baptista alerta que "será difícil atrair termalistas/turistas para um local que, por força das variações da direcção dos ventos, pode estar sujeito a odores desagradáveis por períodos prolongados".

O impacto nas restantes unidades turísticas será semelhante, podendo conduzir à perda de empregos devido à redução da actividade ou encerramento de estabelecimentos. "É de prever uma redução drástica da atractividade turística da zona", pode ler-se no parecer do engenheiro, destacando que, independentemente da impermeabilização e da monitorização do futuro complexo, "não é possível garantir que nunca existirá qualquer infiltração" na zona de captações das termas.

Os pais dos alunos e os responsáveis pela gestão da escola da EB1 de Pigueiros e do jardim-de- -infância da Bajouca receiam que os odores do lixo depositado no futuro aterro prejudiquem as crianças, condicionando as actividades dos estabelecimentos de ensino e as brincadeiras no Parque de Lazer da Várzea. As escolas ficam a pouco mais de um quilómetro da área escolhida.

Já os críticos da opção de Canedo lembram que a freguesia teve uma lixeira durante 25 anos e ainda sofre impactos no Ambiente devido à emissão de lixiviados. Alertam, também, para a acumulação de equipamentos "que contribuem para a degradação da qualidade de vida", como a Estação de Tratamento de Águas Residuais, as linhas de alta tensão, as antenas de comunicações móveis e a construção em curso da A32. Essas críticas são reveladas no relatório final dos especialistas da Universidade de Aveiro.

As câmaras de Gaia e da Feira mantiveram o silêncio na discussão pública. Ao IDAD, não chegaram contributos de habitantes e de organismos de outras freguesias dos dois concelhos.

1 comentário:

oliveira disse...

DOIS MUNDOS OPOSTOS

O interesse stratégico,financeiro,ecologico dos funcionarios em portugal infelizmente nao é muinto compativel com os desejos dos ordinarios contribuintes.
Portanto ve-se por essa europa fora ja à anos as administracoes
a darem uns passos(timidos certo)mas a avançarem na direçao de proteçao du ambiente e dos seus habitantes.
A visao a curto termo du progresso é nem mais nem menos uma forma criminal de destruicao de muintas belas regioes do nosso pais.
é um dever de todos de deixar uma herança natural ecologica,saudavél para as geraçoes futuras.