terça-feira, 9 de novembro de 2010

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Cientista português cria "minifígados" no laboratório
Por Ana Gerschenfeld

É apenas um primeiro passo, mas é uma estreia. Pela primeira vez, uma equipa de cientistas, liderada por um português, gerou, a partir de células hepáticas humanas, minúsculos "fígados" que, pelo menos in vitro, funcionam devidamente. Os resultados, apresentados há dias num congresso, deverão ser publicados numa próxima edição da revista Hepatology.

A escassez de fígados para transplante é notória - e o objectivo principal do trabalho é conseguir fabricar órgãos artificiais capazes de desempenhar a mesma tarefa que os naturais. Uma outra potencialidade ainda seria utilizar estes órgãos gerados em pratinhos de vidro para avaliar a toxicidade hepática de novos medicamentos.

Por enquanto, os minifígados são mesmo mini: têm 2,5 centímetros de diâmetro e pesam menos de seis gramas. Para serem utilizáveis, deveriam pesar pelo menos meio quilo - e um dos desafios será agora o do tamanho. Para além disso, há a questão de saber se um órgão destes ainda funciona quando introduzido no organismo de um animal de laboratório vivo e a de garantir que a sua utilização em humanos não apresenta riscos para a saúde. "O que esperamos", diz Pedro Baptista, citado no mesmo comunicado, "é que, uma vez transplantados, estes órgãos conservem a suas funções iniciais e vão ganhando outras à medida que se desenvolvem."

in Público

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