Em todos os períodos pré eleitorais existe sempre um cenário de tensão, que é gerado entre aqueles que estão, os que querem estar e os que acham que algum dia irão estar ou ser poder e neste contexto, Caldas de S. Jorge não há-de ser excepção.
Se por um lado temos a obrigação de encontrar o necessário estímulo, capaz de nos implicar e conduzir à intervenção na coisa pública, quanto mais não seja pelo voto, por outro temos também de saber interpretar analiticamente este fluir de melodias políticas com que supostamente nos pretendem adoçar os tímpanos.
O facto é que o diapasão é agora ajustado aos cada vez mais imprevisíveis ciclos conjunturais que resultam directamente desta neo-globalização e que, por via desse ajuste, tendem a esbater a já de si ténue linha de fronteira, que deveria impermeabilizar ideologicamente os partidos políticos e concomitantemente os seus principais ….chamemos-lhes …tenores.
O cidadão comum, assiste assim a um refundar constante do pensamento político que passa agora a ser orientado não tanto por referências ideológicas mas sim pela necessidade de ele próprio se orientar, logo, a base eleitoral que permitiu em tempos idos a sustentação de um projecto político é agora gerida com o único propósito de manter e tanto quanto possível fazer perpetuar um poder formal de cuja principal causa se distanciou por degeneração, do efeito que emotivamente a produziu.
É que, meus caros, quando os autarcas não autarcam, a tendência natural é para os ZIP’s, ziparem. E tudo isto só é possível com o beneplácito dos andores que …coitados, lá vão fazendo o que sabem fazer melhor. Andar.
Neste limbo conceptual é recorrente surgirem as bizarrias, os desaforos e os desmandos de alguns esclarecidos ou se preferirem “abençoados calhaus” que ao invés de interpretarem vontades e agilizarem procedimentos, preferem, a coberto das procissões, que são um “puro e singular teatro cénico” professar não um acto de fé, mas sim o culto ao(s) tais andor(es) que assim, e só assim, sabem alimentar a sua pecaminosa vaidade ao longo da fastidiosa , (continuando a parafrasear o ilustríssimo ATM) … “itinerância processional”.
Apesar de aguardarmos com redobrada expectativa o aparecimento e a oficialização de mais algumas candidaturas à Junta de Freguesia e naturalmente dos respectivos manifestos de intenções, nomeadamente o CDS-PP, o BLOCO DE ESQUERDA, a CDU – PEV e porque não também a LAURINDA ALVES, estou certo que no que respeita às ditas intenções a soma das partes será sempre maior do que o todo e nesse sentido a freguesia só terá a ganhar.
Deixo, para terminar esta intervenção, uma última palavra aos candidatos.
Evitem parasitar o supérfluo e o comesinho, é que politicamente S. Jorge amadureceu muito e esse é sem dúvida nenhuma um dado importante a ser tido em linha de conta. De resto…prá frente é o caminho
Ou como diria a Barbie….” YES, YOU KEN”
Até Já
Bettencourt
4 comentários:
Não sei se o post/crónica é direccionado. Talvez sim, talvez não.
Mas isso não importa...
Para dizer a verdade, gostei.
Principalmente da história da “impermeabilização ideológica” dos partidos políticos e dos tais “tenores”...
Claro que isso seria o ideal. Mas não creio, no quadro actual, que tal “melodia” seja possível. Talvez uns arpejos ou acordes mais-ou-menos desconexos. Mas melodia(?)... isso é que me parece mais complicado.
Até porque para se produzir uma melodia que nos embale num son(h)o profundo, seria necessário um maestro e uma orquestra sinfónica bem afinada. E isso, meu caro, torna-se cada vez mais difícil de alcançar nesta espécie de partidarismo globalizado pela fraqueza de espírito, pela inveja, pela ambição desmedida e em proveito próprio, etc.
Por outro lado, importaria saber se os tais “andores” que fala o ilustre Bettencourt, se alimentam verdadeiramente dessa “vaidade ao longo das fastidiosa itinerância processional” ou se, eventualmente, optam por uma postura de insignificância relativamente a quem, à sombra da “procissão”, insiste na “bondade” do seu negativismo e avulsa contrariedade...
Cumprimentos
PNCS
O texto é magnífico, gostei muito, reflete no entanto uma visão excessivamente romântica da realidade política de C.S.Jorge e nomeadamente dos seus actores. Actores esses que são menores, e não TENORES, porque esses são actores maiores.
E meus amigos, quanto às melodias, será preciso fazer um grande esforço no sentido de podermos romancear esta questão, pois se quiséssemos mesmo definir a sonoridade do nosso ambiente político sem estarmos sob o efeito de uma qualquer paixão, eu diria que as notas gerais seriam "solidós" com predominância Pimba e se S.Jorge amadureceu politicamente como diz o autor Bettencourt e como eu espero também, vai concluir certamente que o Pimba nunca fez bem aos ouvidos nem a nada.
I HOPE THAT GOD BLESS S.JORGE
Excelente, espectacular, fantástico
o post/crónica do Senhor Comendador Bettencourt
enriquecido pela engenhosa achega-comentário
do exímio e impar PNCS
que se não existisse teria de ser inventado
para que a Vila Termal não entrasse
em fase moribúndica terminal
e começasse a ressurgir
sobre os calhaus e penedos informes,
e alguns feios,
qual Fénix,
agora afundados no Uíma
para ver nascer a maravilha
do engenho que transforma
o pântano-ilhar-bar
na maravilha Pós-Natálica de 2009!
Valeu a pena
tudo vale a pena
se a alma
não é pequena.
É ver os tenores talvez “terra tenentes”,
sobas, reizetes ou regedores de outrora a sucumbir,
quais dinossauros que povoaram há tempo demais
o meio e erguendo aos céus o punho esquerdo
ou direito
ou empunhando a seta torta de Satanás
ou a dupla seta oblíqua apontando o ponto zero
ou o buraco da latrina turca.
É ver despontara juventude na candura,
simplicidade, beleza, bonomia e alegria
a apontar rumos e ritmos inovadores criativos e de aventura.
É lindo! Maravilhoso!
Meninos não tenham medo dos dinossauros e dos papões…
“É que, meus caros, quando os autarcas não autarcam, a tendência natural é para os ZIP’s, ziparem. E tudo isto só é possível com o beneplácito dos andores que …coitados, lá vão fazendo o que sabem fazer melhor. Andar.”
Diz o senhor Comendador
e está certo…
ao menos os zips zips… zipam à falta de melhor ..
ou porque não deixam fazer melhor
por ignorância, obscurantismo,
inveja, cobiça ou maledicência!...
Senhor Comendador. a Barbie
Fugiu às novas oportunidade s…
Mas Obama pode dizer
Com os dentes brancos
do meio do escuro rosto
dizer aos velhos do restelo: Yes, you can!
ATM
Ilustres comentadores,
Acreditem-me quando digo que espero continuar a ser merecedor das vossas reflexões. Não apenas por serem elas próprias,inspiradoras, mas também pela forma lúcida e esclarecida com que abordaram o mote por mim sugerido no post.
S. Jorge está indiscutivelmente em vias de entrar num novo capítulo da sua história e mesmo sendo sub produto de um fenómeno politico maior,parece querer, neste momento de arranque da campanha eleitoral dar mostras de uma vitalidade própria.
Neste sentido a nossa/vossa massa crítica desempenharão um papel semelhante aqueles pequenos tamborins que ligeiramente arredados da orquestra irão dizer a que ritmo se "esfregam" os violinos ou com que intensidade se sopram nos fagotes.
Desta forma ser-nos-à possivel (assim espero) ouvirmos alguns trechos afinados de OBAMA e não "solidós" desafinados de "Ò MAMA".
saudações cordiais
Bettencourt
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